TURMALINA DA PARAÍBA: Deputado paraibano teme ser assassinado ou seqüestrado

Segundo o parlamentar, passou-se uma ideia de que ele é dos homens mais ricos do Estado, e até do país. “Agora vou ter que andar de segurança, e quem vai pagar por isso não sou eu não, será a Polícia Federal, por que foi ela quem me jogou nessa situação”, afirmou.

Joao-Henrique

Em sua primeira aparição na Assembleia após ter o nome envolvido na Operação Sete Chaves, o deputado João Henrique (DEM) usou, nesta terça-feira (2), a tribuna da Casa, e em um discurso de 30 minutos, voltou a criticar a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) pela forma como conduziram a operação na última quarta-feira (26). Durante sua fala, João Henrique disse que seu nome foi enlameado por causa de uma ação inconseqüente de delegados e procuradores que atuaram nas investigações.

Segundo o parlamentar, passou-se uma ideia de que ele é dos homens mais ricos do Estado, e até do país.  “Agora vou ter que andar de segurança, e quem vai pagar por isso não sou eu não, será a Polícia Federal, por que foi ela quem me jogou nessa situação”, afirmou.

Por conta da imagem que ganhou de homem rico, João Henrique disse temer por seqüestros a membros de sua família. Ao negar que tenha fortunas, o deputado chegou a fazer um apelo dirigido aos criminosos que atuam no Estado. “Senhores marginais, não é verdade (que ele possua riquezas), e pelo amor de Deus, não vão seqüestrar a mim, à minha mulher ou filhos meus, porque vocês vão matá-los e não vão receber o resgate”, apelou.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha estaria atuando na extração da turmalina paraíba em São José da Batalha, distrito do município de Salgadinho (Borborema paraibana, a 280 km de João Pessoa) e levava à Parelhas, no Rio Grande do Norte, onde era esquentada com certificados de licença de exploração. De lá, as pedras seguiam para Governador Valadares, em Minas Gerais, para a comercialização em mercados do exterior como Bangkok, na Tailândia, Hong Kong, na China, Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos.

Cerca de 130 policiais federais de todo o Nordeste cumpriram na última quarta-feira (26), simultaneamente, 35 medidas judiciais, sendo 8 de prisão preventiva, 19 mandados de busca e apreensão e 8 de sequestro de bens. Na Paraíba, os trabalhos foram desenvolvidos em João Pessoa, Monteiro e Salgadinho. A operação também atuou em Natal e Parelhas, no Rio Grande do Norte; em Governador Valadares, nas Minas Gerais; e na capital paulista.

Dos oito mandados de prisão apenas dois não foram cumpridos, pois as pessoas não foram localizadas. Três suspeitos foram presos em Minas Gerais, dois no Rio Grande do Norte e um em São Paulo, quando tentava embarcar para Los Angeles no aeroporto de Guarulhos.

Ao ter o nome envolvido na operação, João Henrique negou as acusações e se disse vítima de uma ação irresponsável. Ele apresentou documentação que comprovariam a legalidade de sua empresa.

O deputado apresentou também requerimentos solicitando a investigação para combater a ação de grupos organizados na extração dessa pedra preciosa.  Com Maispb