A delação premiada do empresário Júlio Camargo, da Toyo Setal, poderá ser anulada. Isso porque o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os investigadores da Lava Jato avaliam que Camargo está omitindo informações para proteger o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Janot já ouviu Camargo sigilosamente e o empresário negou que o peemedebista tenha recebido propina. A suspeita da Procuradoria-Geral da República e da PF é de que Cunha e Camargo tenham se encontrado para combinar versões. Por isso, Janot pretende ouvir Camargo uma última vez. A depender do depoimento, já está definido que Janot pedirá à Justiça que anule a delação. Neste quadro, Camargo voltaria à cadeia.
Em sua delação, Júlio Camargo afirmou que “não se recorda” de ter falado ao doleiro Alberto Youssef sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Mas Youssef, peça central da Lava Jato declarou ao juiz federal Sérgio Moro que Cunha era um dos “destinatários finais” de uma propina de cerca de R$ 4 milhões em contratos de navios-sonda da Petrobras, sob investigação. O doleiro reafirmou sua versão de que Cunha foi o mentor de requerimentos feitos na Câmara para pressionar a empresa Mitsui, que não estaria pagando a propina em 2011. (Portal BR 247)