Em protesto contra o que chamam de “pauta conservadora” do Congresso Nacional, representantes de centrais sindicais e movimentos sociais identificados com a esquerda fizeram críticas nesta quarta-feira (15) ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ao ajuste fiscal da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).
Na concentração da manifestação no Largo da Batata, na zona oeste da capital paulista, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, defendeu a mudança da atual linha da política econômica do governo federal.
Ao todo, segundo a Polícia Militar, a concentração do protesto, que seguiu para a avenida Paulista, reuniu cerca de 2.500 pessoas. Para a organização do evento, 30 mil estiveram no Largo da Batata. Os manifestantes se dispersaram por volta das 20h30.
“Para termos um Brasil melhor, a linha economia do governo federal tem de ser modificada. Ajuste, se for para fazer, é para taxar as grandes fortunas”, criticou.
O dirigente sindical disse ainda que o PL 4330, que propõe a terceirização de atividades-fim, servirá para demitir trabalhadores e retirar direitos previstos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
“Eduardo Cunha, aprenda, você não manda no Brasil”, criticou.
Em discurso, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, puxou uma vaia contra o presidente da Câmara dos Deputados e fez coro às críticas contra o PL 4330.
“Eduardo Cunha, tire as suas patas sujas dos trabalhadores”, pediu.
A manifestação, apoiada ainda pelo MST (Movimento dos Sem-Terra) e MTST (Movimento dos Sem-Teto), também fez um contraponto aos movimentos favoráveis ao impeachment da presidente, que reuniram no domingo (12) 100 mil pessoas na Avenida Paulista.
“No domingo, tem gente que falou ‘Fora, Dilma’, mas esquecerem de dizer ‘Fora, Cunha'”, disse Guilherme Boulos, líder do MTST e colunista da Folha.
Segundo ele, a presidente não foi reeleita para fazer ajuste fiscal nem colocar Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.
Folha de S. Paulo