O deputado federal, Wilson Filho (PTB), fez pronunciamento no plenário da Câmara Federal, em Brasília, cobrando providências para minimizar os problemas causados pela seca e para diminuir os transtornos gerados pelo colapso no abastecimento de água em todo País. O parlamentar propôs ainda uma reunião dos coordenadores das bancadas dos nove estados do Nordeste com a presidente Dilma para tentar trazer desse encontro um resultado concreto. “Eu peço em nome de quase 4 milhões de paraibanos e paraibanas que sofrem com a seca, que a resposta chegue”, destacou.
Em seu discurso, Wilson fez uma comparação entre o problema temporário de desabastecimento no Sudeste e a situação do Nordeste, cuja a última seca já dura mais de quatro anos. “No meu Estado, nós temos 223 cidades e, dessas, 202 já chegaram a estar em estado de emergência. Nós temos, mais de 50 cidades em colapso total, ou seja, no mês de abril próximo, não terão água, certamente”, relatou.
O deputado lembrou em sua fala que no último domingo (22) foi comemorada a 23ª edição do Dia Mundial da Água. “Em função do momento crítico que o Brasil vive hoje, com o colapso dos seus mananciais e reservatórios de água, a lembrança proporcionada por esse dia especial toma uma dimensão tremenda. O fato é que, somente agora, o nosso País está despertando para a realidade da escassez de água doce, que já é comum em vários outros países do planeta”, destacou, acrescentando que é muito triste que no Dia Mundial da Água, os brasileiros não terem nenhum motivo para comemorar.
O parlamentar disse que a sensação que tem é a de que o brasileiro, especialmente aquele que mora no Sudeste, ainda não entendeu a gravidade dessa situação, tratando a falta de água como um problema sazonal, temporário. De acordo com ele, tanto os governantes como a população em geral passam a sensação de que estão se mobilizando, relativamente, para tratar de um possível problema passageiro, que logo passará com a regularização das chuvas do verão seguinte.
Wilson Filho pediu “um apoio, uma ajuda, uma atenção especial do Governo Federal e do Governo Estadual” para tentar diminuir as dificuldades pelas quais hoje passam os paraibanos e os nordestinos. “Nós teremos a solução, a partir do momento em que tivermos um projeto, uma proposta, um programa que vise, com obras estruturantes, diminuir essas dificuldades. Não é que, por termos, lá no Nordeste, por obrigação, a seca, que nós teremos, por obrigação, a sede. Não é assim que se revolve o problema. Não é assim que se guia o tema”.
Dificuldades – O parlamentar lamentou ainda o fim do programa do milho. Disse que era um programa muito pequeno, mas muito importante desenvolvido pela Conab. “Nós temos dificuldades no pagamento dos carros-pipa, na construção de açudes, de reservatórios de água, na perfuração de poços. Nós temos, em qualquer dos meios — os meios paliativos e os meios estruturantes —, dificuldades nesse momento, no que tange a qualquer tipo de obra e iniciativa, quando se fala do meu Estado, a Paraíba”.