247 – Personagem importante na relação do Planalto com o Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez nesta terça-feira 24 um discurso que sinaliza perigo para a presidente Dilma Rousseff, que tem como prioridade a aprovação, pelo Congresso Nacional, do ajuste fiscal proposto por sua equipe econômica.
Na avaliação de Renan, o ajuste fiscal da forma como está, sem ajustes, “tende a não ser aceito pelo Congresso porque é recusado pelo conjunto da sociedade”. “O Congresso Nacional está pronto para fazer a sua parte. Não há como o Parlamento abrir mão de aprimorar o ajuste fiscal proposto pelo Executivo”, disse ele em um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O cacique peemedebista cobrou do Executivo que faça sua parte em relação à redução de gastos – deve cortar na carne, disse. E defendeu uma proposta alardeada pela oposição nas eleições presidenciais de 2014: a redução pela metade do número de ministérios, que hoje é 39.
“Aplaudimos recentemente o programa Mais Médicos. Está na hora agora do programa ‘Menos Ministérios'”, ironizou. Para Renan, o governo deve ter, no máximo, 20 pastas, menos cargos comissionados, “menos desperdício e menos aparelhamento”.
O presidente do Senado criticou ainda o fim da desoneração da folha pessoal, mecanismo que, como lembrou, foi importante para manter os empregos. “É um erro acabar com ela”, destacou, em mais uma cutucada ao governo federal. Com a presença de Renan, os empresários participaram hoje da solenidade de lançamento da Agenda Legislativa da Indústria de 2015.