Quem são os articuladores nacionais do protesto contra Dilma

A dupla e mais uma dezena de integrantes da cúpula nacional do recém-criado MBL ocupam um escritório localizado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, zona central da capital paulista, de onde montam as estratégias de mobilização, fazem contato com as unidades estaduais e concedem um número crescente de entrevistas. O local, segundo eles, é dividido com uma produtora de vídeo por falta de recursos para ter uma sede exclusiva.

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Por trás das manifestações de domingo, há um jovem de 19 anos e um empresário
por Marcelo Gonzatto, de São Paulo

Coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), responsável por convocar manifestações em mais de 50 cidades neste domingo e presente em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os dois ativistas se uniram durante a eleição do ano passado com o intuito de combater o PT.

A dupla e mais uma dezena de integrantes da cúpula nacional do recém-criado MBL ocupam um escritório localizado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, zona central da capital paulista, de onde montam as estratégias de mobilização, fazem contato com as unidades estaduais e concedem um número crescente de entrevistas. O local, segundo eles, é dividido com uma produtora de vídeo por falta de recursos para ter uma sede exclusiva.

Apesar de rumores de que são financiados por grandes empresários, garantem depender de doações feitas via internet e raramente arrecadar mais de R$ 10 mil por mês. Na sede paulista, câmeras e tripés se misturam a cartazes pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, adesivos e camisas anti-PT.

Ali, o descendente de japoneses Kim Kataguiri, 19 anos, elabora estratégias para derrubar a presidente do país e planeja vídeos para a internet — uma das especialidades do jovem morador de Santo André que afirma pegar um ônibus, dois metrôs e um trem para ir à capital e voltar (“sou contra a Dilma, mas não sou rico”, sustenta). Kataguiri começou a ganhar espaço entre os jovens liberais justamente depois de gravar um depoimento com críticas ao Bolsa-Família.

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Em um antigo canal no YouTube, chegou a acumular mais de 2 milhões de visualizações. O desempenho lhe valeu um convite para participar da elaboração de um vídeo em que o comediante Danilo Gentili ironizava a presidente durante a corrida eleitoral do ano passado.

— A gente queria dar um impulso à campanha do Aécio. O vídeo de como seria o Brasil quatro anos depois da reeleição da Dilma foi um sucesso, mas ela ganhou mesmo assim — conta Kataguiri, que abandonou a faculdade de Economia ainda no primeiro ano por achar insatisfatória a qualidade dos professores.

Da articulação com o microempresário Renan Santos, 31 anos, resultou a formação do MBL. Santos é um antigo adversário petista. Na Faculdade de Direito da USP, em meados dos anos 2000, participava da política estudantil com o intuito de afastar simpatizantes do PT do comando do diretório acadêmico.

— Eu combatia o PT dentro da USP. Acabamos conseguindo vencê-los na Faculdade de Direito — conta Santos.

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Depois de formado, se afastou da política até 2013, quando usou a internet para convocar uma manifestação contra o projeto que restringia a capacidade de investigação do Ministério Público. Em seguida, retomaria o antigo projeto de combater o PT. Logo depois da eleição, o MBL convocou a primeira manifestação na Avenida Paulista, quando compareceram cerca de 5 mil pessoas. Agora, sonham reunir 200 mil em São Paulo e 1 milhão em todo o país.

Kataguiri e Santos fazem do impeachment de Dilma sua principal bandeira. Outras organizações antigoverno, como a “Revoltados Online” e a “Vem Pra Rua”, têm suas próprias reivindicações e devem dividir espaço na Paulista com o MBL no domingo.A Vem pra Rua é a única que não exige a saída de Dilma.

— Não somos golpistas, golpe é o Mensalão e o Petrolão. Queremos defender o país do golpe, e já há razões para um impeachment — declara Santos.

Segundo os coordenadores do MBL, o que falta é uma clara demonstração popular de repúdio a Dilma. É isso que eles pre