A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (11), após cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Rio Branco (AC), que incluirá na coordenação política do governo os ministros Gilberto Kassab (Cidades), do PSD; Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), do PC do B; e Eliseu Padilha (Aviação Civil), do PMDB.
Dilma foi ao Acre para sobrevoar áreas atingidas pela cheia histórica do rio Acre, visitar abrigos de atingidos pelas chuvas e se reunir com prefeitos de cidades alagadas. No aeroporto da capital Rio Branco, foi recepcionada pelo governador Tião Viana (PT), pelo prefeito Marcus Alexandre (PT) e por militantes e servidores públicos estaduais e municipais convocados para participar do evento, segundo informaram dirigentes dos próprios órgãos públicos. A presidente negou informações de que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deixará a articulação política do governo. Segundo ela, essas informações “não são verdadeiras”.
De acordo com Dilma, além de Kassab, Aldo e Padilha, outros ministros serão chamados a participar das reuniões de coordenação, que poderão ser “semanais” ou “mais que semanais”. “É muito flexível, é um sistema de governo”, declarou.
“Vamos colocar na coordenação o ministro Kassab, o ministro Aldo Rebelo, o ministro [Eliseu] Padilha e vamos chamar eventualmente ministros para participar da discussão, principalmente quando o assunto for correlato a eles”, afirmou Dilma.
Segundo a presidente, haverá um rodízio dos ministros chamados para as reuniões de coordenação. “Nós vamos aumentar o número de pessoas e de partidos [na coordenação], obviamente, e vamos fazer rodízio sistematicamente, trazendo ministros novos para o debate, chamando um ministro em uma semana e na outra semana a gente chama mais um ministro”, afirmou.
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Atualmente, a coordenação política do governo é composta pelos ministros do chamado “núcleo duro”, conhecido também como “G6”. Fazem parte Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Ricardo Berzoini (Comunicações), Jaques Wagner (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Todos do PT.
Conforme informou o Blog do Camarotti, o PMDB, principal aliado do PT, pediu ao Planalto que acabe com o “G6”. Após o pedido chegar à presidente, ela chamou a cúpula da legenda para um jantar no Palácio da Alvorada. Ao comentar o encontro, o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que a reunião serviu para “solidificar” a relação do PMDB com o Planalto.
Manifestações
Sobre as manifestações de protesto contra o governo convocadas pela internet para o próximo fim de semana, a presidente disse que é de uma época em que não era possível organizar protestos nas ruas. Segundo ela, durante sua juventude, quem se manifestava “ia diretamente para a cadeia ou era chamado de subversivo e nomes piores”.
“[O governo] não tem o menor interesse, o menor intuito nem tampouco o menor compromisso com qualquer processo de restrição da livre manifestação. Neste país, nós temos o direito de manifestar. O que não temos o direito é de ser violentos. Sabemos que isso não pode acontecer”, disse a presidente.
Reunião com Toffoli
Antes de embarcar para o Acre, a presidente se encontrou, em Brasília, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli. Ao comentar a reunião, no Palácio do Planalto, Dilma negou que eles tenham discutido assuntos relacionados à Operação Lava Jato – a partir de maio, o ministro presidirá o julgamento do caso no STF.
Segundo Dilma, audiência estava prevista “há muito mais tempo” e ela discutiu com o ministro a criação de um cadastro único de identificação do cidadão que poderá ser feito em parceria com a Justiça Eleitoral.
A presidente Dilma Rousseff com o govenador do Acre, Tião Viana (PT), durante visita a Rio Branco (Foto: Veriana Ribeiro / G1 AC)