Lula e sua ouvinta

Dilma foi panelada no domingo, vaiada na terça por operários endinheirados da elite paulista que trabalhavam nos preparativos da abertura do Salão da Construção (deve ter sido a turma do andaime-gourmet), domingo enfrenta marchas em que é a personagem principal - mais ou menos no papel de Felipão depois da Copa. Fez o que tinha de fazer: chamou papai. Prometeu-lhe tudo, até deixar de ser desobedienta.

DILMA E LULA

Carlos Brickmann

Dilma foi panelada no domingo, vaiada na terça por operários endinheirados da elite paulista que trabalhavam nos preparativos da abertura do Salão da Construção (deve ter sido a turma do andaime-gourmet), domingo enfrenta marchas em que é a personagem principal – mais ou menos no papel de Felipão depois da Copa. Fez o que tinha de fazer: chamou papai. Prometeu-lhe tudo, até deixar de ser desobedienta.

É difícil: Lula gostaria de vê-la livre de Mercadante, de quem ela gosta, por ser bravo da porta para fora e muito bonzinho da porta para dentro. E de Pepe Vargas, a quem Lula só não detesta tanto quanto a Mercadante porque nem sabe direito quem é. Lula, que é Lula, é afável no trato com os adversários; Dilma, que está longe de ser Lula, é prepotenta. Tratou mal até o próprio Lula, ao afastar do Governo as pessoas mais ligadas a ele, como Gilberto Carvalho. Mas, por melhores que sejam os conselhos de Lula, será possível desarmar os ânimos até domingo? Ou a solução continuará sendo tumultuar tudo com os black-blocs?