Nesta terça (10), os deputados da comissão se encontram para ouvir o primeiro depoimento, que será do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco
A oposição protocolou nesta segunda-feira (9) requerimento pedindo a convocação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras para esclarecimentos sobre o esquema de corrupção na estatal.
O documento assinado pela deputada Eliziane Gama (PPS-MA) solicita ainda a convocação de outros 47 políticos que tiveram o pedido de abertura de inquérito acolhidos na sexta-feira (7) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki para investigar a suspeita de participação no esquema. Figuram na lista de convocação 21 deputados, 11 senadores e 12 ex-deputados, além da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA).
A maioria dos envolvidos é de partidos da base aliada do governo (PP, PMDB, PT e PTB) e que controlam a CPI –há ainda um senador tucano e um ex-deputado do Solidariedade. O requerimento só deve ser analisado na quinta-feira (12), quando há sessão administrativa.
Nesta terça (10), os deputados da comissão se encontram para ouvir o primeiro depoimento, que será do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.
Renan foi citado como integrante do “núcleo político” de uma quadrilha formada para desviar recursos da estatal; Cunha foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de receber propina por um contrato com a petroleira. Os dois peemedebistas negam quaisquer irregularidades e acusam o governo de ter atuado para que eles fossem alvos de investigação.
Para Elizane, a convocação dos 49 políticos é imprescindível para os trabalhos da CPI. “É crível que seria muito pouco provável que muitos desses agentes políticos não só não tivessem plena consciência de que os valores repassados a eles eram provenientes de vantagens indevidas pagas a diretores e altos funcionários da Petrobras, mas que também atuavam para dar continuidade ao esquema criminoso”, afirmou.
Na semana passada, após o vazamento de que seu nome estaria na lista, Cunha fez questão de ir à CPI para se colocar à disposição para dar explicações sobre qualquer suspeitas envolvendo seu nome. Peemedebistas, nos bastidores, afirmam que Cunha tem direcionado os trabalhos da CPI para acuar o governo.
Dos 34 congressistas, 11 ocupam postos de comando no Congresso. Há ainda representantes na própria CPI e até no Conselho de Ética, órgão responsável por avaliar pedidos de cassação.
O PPS tem reunião marcada para esta terça-feira (10) para discutir se vai entrar com representações por quebra de decoro parlamentar contra os congressistas investigados.