Assim que eleito presidente da Câmara, Eduardo Cunha disse em entrevistas que não via “espaço para o impeachment” de Dilma Rousseff. Embora de público não vá admitir nem que a vaca tussa, dias atrás afirmou a mais de um interlocutor ser impossível segurar o processo caso a possibilidade ganhe força a partir dos protestos de 15 de março, segundo Lauro Jardim, na Veja.
Anteontem, ainda em meio ao pânico instalado pela devolução da MP ao governo, um ministro tentou um último esforço para dissuadir Renan Calheiros. Argumentou que a medida, por afetar o ajuste fiscal, prejudicaria a percepção de risco do Brasil.
Renan apresentou a questão de outra maneira:
– As agências de risco levam em conta os aspectos financeiros, mas avaliam também a previsibilidade das instituições, as regras da democracia em cada país. Devolver a MP ajuda na percepção do país no exterior, pois mostra que temos regras claras e isso é bom para o rating.
Mais cínico, impossível.
Mudaram de assunto. (Lauro Jardim – Veja Online)