O Tribunal de Contas do Estado adiou, mais uma vez, o julgamento da operação de compras de carteiras escolares, em 2010, pela Prefeitura de João Pessoa, que resultou no chamado escândalo do Caso Desk. Durante a sessão desta quinta (dia 12), quando o processo estava em pauta, a auditora do TCE Sheyla Barreto Braga pediu vistas, para contrapor informações que ela julgou desencontradas nos autos.
Com o novo adiamento, o analista político Gilvan Freire questionou se há a possibilidade de beneficiamento de políticos ou pessoas desonestas por parte da Justiça paraibana. Em seu perfil no Facebook, Gilvan publicou:
“O rumoroso caso da Desk/Gilberto Carneiro, que envolve alguns milhões de reais em negócios comprovadamente fraudulentos em tempos de associativismo na Prefeitura de João Pessoa , caminhava para um desfecho inquietante no TCE, nesta quinta, longe dos olhares atentos de setores da imprensa independente e da população. Mas a vigilância da procuradora Sheila Barreto abortou a folia. O carnaval é a festa em que o povo se diverte e se distrai enquanto os gatunos saqueiam”.
O ex-deputado recordou outros escândalos que envolvem a empresa e chamou de “vergonha” a possível prática de acobertamento de envolvidos com o “mundo político”: “Essa Desk, uma das maiores corruptoras entre os fornecedores de equipamentos escolares do Brasil, setor onde atua uma máfia de ladrões públicos e privados em conluio, só competindo em volume de furto com os desvios dos bilhões da área de saúde na venda de insumos e materiais, distribui comissões graúdas a seus sócios de ladroagem. Mas impressiona como para acobertar pessoas desonestas do mundo político há autoridades condescendentes até no Judiciário e nas cortes de contas. É uma vergonha”.