Por Tatiana Farah, enviada especial, e Thiago Ricci, e | Agência O Globo
BELO HORIZONTE – Em discurso no aniversário de 35 anos do PT nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, a presidente Dilma Rousseff disse que o partido e seu governo têm força para resistir ao que chamou de tentativa de golpe dos adversários. Numa fala assertiva, a presidente disse ainda que o momento não é de “vacilar”, mas de preservar a história do partido e de seu governo.
– Nós temos força para resistir ao oportunismo e ao golpismo, inclusive quando se manifesta de forma dissimulada. Estamos juntos para vencer aqueles que tentam forjar catástrofe e flertam com a aventura.
Sem citar a acusação de que o PT teria recebido US$ 200 milhões em propina, segundo o delator Pedro Barusco, a presidente disse que o partido não pode temer diante das acusações.
– Nós não podemos vacilar, não podemos temer. Se tiver erro, aqueles que erraram que paguem pelos erros, mas temos de preservar a história de nosso partido e do meu governo e do presidente Lula – disse ela, a Petrobras não pode ser colocada como “uma vergonha do Brasil”.
– Tenho certeza que os brasileiros esperam de nós um comportamento íntegro
Pouco antes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter ficado indignado com a condução coercitiva do tesoureiro do partido João Vaccari Neto. O petista ainda falou em criminalização da sigla por parte da imprensa.
– O critério da imprensa não é critério da informação. Achamos que tudo o que acontece no país tem que ser noticiado. O critério adotado pela imprensa é a criminalização do PT desde que chegamos aqui. Eles trabalham com uma convicção que é preciso criminalizar nosso partido. Não importa que seja verdade ou não verdade – afirmou Lula.
Lula, que chegou ontem a Belo Horizonte e ainda participou da reunião do diretório nacional do PT, avaliou que a condução coercitiva cumprida pela Polícia Federal foi desnecessária.
– Porque seria muito mais simples a PF ter convidado nosso tesoureiro a se apresentar do que buscá-lo em casa. Seria muito mais simples dizer que estão repetindo o mesmo ritual que vejo nesse Brasil desde 2005, quando começaram as denúncias que eles chamaram de Mensalão. Na minha campanha e na sua campanha (de Dilma Rousseff) também. Na quinta-feira sai boato, na sexta-feira sai denúncia, é publicado nas revistas, massacre na televisão, no sábado, no domingo e na segunda-feira começa tudo de novo – afirmou.