Polêmicas

Maranhão diz que Ricardo desmonta o próprio discurso de caos ao divulgar balanço de 2010

Levianas e irresponsáveis. Foi como o ex-governador José Maranhão considerou as acusações do Governo Ricardo Coutinho, de que ele teria deixado o estado “quebrado”. Maranhão concedeu entrevista coletiva à imprensa, no final da manhã desta segunda-feira (04) e, munido do balanço de 2010 divulgado pelo próprio Governo, no Diário Oficial, disse que estava restabelecendo a verdade dos fatos e provando, com números, que a realidade é diferente do caos anunciado com estardalhaço pelo atual inquilino do Palácio da Redenção. E lançou um desafio: “Desafio Ricardo a provar quebradeira no Estado”. Disse, ainda, que Ricardo Coutinho desmonta o próprio discurso de caos, ao assinar e divulgar o balanço de 2010.

José Maranhão chegou ao Diretório do PMDB, em João Pessoa, acompanhado do presidente estadaual do partido, Antonio Souza da Silva, dos deputados federais Benjamin Maranhão, Nilda Gondim e Manoel Júnior; dos deputados estaduais Olenka Maranhão, Márcio Roberto, Vituriano de Abreu, Francisca Motta e Caio Roberto, o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, além dos vereadores Fernando Milanez, Mangueira e Tavinho Santos, disse que resistiu em se manifetsar sobre as acusações de que estava sendo vítima até a publicação do balanço do Estado.

Ele disse que de acordo com o balancete, o Estado tem R$ 289 milhões de resto a pagar. Porém, segundo ele, há recursos da ordem de R$ 509 milhões. Disse ainda que nos dois anos de seu governo, ele utilizou apenas 37,43% do limite de endividamento. Disse, ainda, que todos os contratos do estado feitos na sua administração tinham recursos alocados para pagamento. “Se houvesse qualquer irregularidade haveria retenção do FPE e isso nunca aconteceu”.

Sobre a dívida de R$ 340 milhões de débitos da Cagepa, apontada pela direção da autarquia, Maranhão disse que R$ 140 milhões são oriundos do Governo Cássio Cunha Lima, através do Programa Boa Nova, e R$ 116 milhões de parcelamento de 2011 e apenas R$ 36 milhões para serem pagos a fornecedores.

Ele insistiu na explicação de que havia resistido a responder as acusações feitas pela equipe do governador Ricardo Coutinho (PSB) e afirmou que as respostas foram publicadas no balanço econômico. “Agora, eu desafio o Governo e os seus representantes a apresentarem um contrato que justifique os números que foram apresentados antes”, disse.

O ex-governador disse que se as dívidas citadas pela atual gestão existissem a Paraíba já havia perdido recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE). “Se houvesse qualquer inadimplência de contrato isso já haveria acontecido”, garantiu.

Maranhão disse que no último mês de seu mandato, dezembro de 2010, a disponibilidade financeira era de R$ 510 milhões. “Situação da Paraíba era confortável, utilizamos apenas 37, 43% do limite legal para endividamento do Estado. E não sou que estou dizendo, isso é o que está no balanço”, afirmou. Ele destacou também que deixou mais de R$ 516 milhões, oriundos de empréstimos adquiridos junto ao BNDES e a CAF, disponíveis para que o governador Ricardo Coutinho utilize.

Ele reafirmou que as dívidas da Cagepa não podem ser contabilizadas como do Estado, pois a companhia é uma empresa de economia mista e tem receitas próprias. “Secretários de Governo estão sendo maus conselheiros e estão levando o governador ao erro”, disse

100 DIAS DE RICARDO
Maranhão preferiu não avaliar os cem primeiros dias de Governo de Ricardo Coutinho. Segundo ele “o povo é quem vai fazer esse julgamento”. Apesar disso, fez algumas críticas à atual gestão.

Entre os pontos criticados por Maranhão, esteve o Hospital de Trauma de Campina Grande. Ele disse que deixou a unidade pronta e a gestão de Ricardo ainda não se preocupou em entregar. “Isso é uma coisa muito triste, deixamos o hospital pronto, o que faltava era apenas o treinamento dos profissionais”, ponderou.

Um outro ponto citado por ele foi a questão da segurança estadual. “O atual governador disse que acabaria com a insegurança em 24 horas e o que vemos é que a criminalidade está aumentando”.