O analista político Gilvan Freire fez duras considerações a respeito da aliança entre o PT e o PSB na Paraíba. De acordo com Gilvan, a aliança foi firmada com base em interesses pessoais de líderes dos dois partidos.
De acordo com Freire, Ricardo Coutinho tinha objetivo de se eleger governador pelo segundo mandato e Luciano Cartaxo queria emplacar o irmão gêmeo, Lucélio Cartaxo, no Senado Federal: “As coisas estão ficando mais claras à população sobre a famosa aliança entre o PT e PSB, mais especificamente entre RC e LC, a partir das eleições de 2014. Na verdade nunca houve causa pública nessa aliança, e sim jogo de interesses pessoais. RC queria se reeleger e LC queria eleger o irmão gêmeo. É o povo entrou só com votos, sem nada ganhar nem receber”.
Depois da eleição, Gilvan observa que o prefeito não atingiu o objetivo e tenta manter a aliança com o governador: “Cartaxo quer forçar a barra para não perder o apoio de RC em 2016. Mas RC acha que 2016 é apenas um trampolim para dois anos depois. O PMDB quer ser o fiel da balança em favor de RC e pode aproveitar a chance de desbancar LC, o inimigo imperdoável. Por enquanto todos estão apenas ensaiando rituais de inquisição. O fogo ainda está brando, mas já pode assar gente. E vai se propagar ligeiro”.
Para Gilvan, as desavenças começaram logo após o processo eleitoral: “As escaramuças entre os grupos de Luciano Cartaxo e de Ricardo Coutinho começaram logo na última semana do segundo turno, quando o pessoal de campanha de RC recebeu ordens para embarcar na candidatura de Zé Maranhão ao Senado. Houve mal- estar no PT, que pensou em retaliação. De lá para cá o tempo só vem fechando”, destacou.
O governador quer impedir que Cartaxo se fortaleça politicamente e seja oposição ao grupo de Ricardo na próxima eleição estadual, em 2018: “Dirigentes do PT, à frente o ponderado Charliton Machado, têm procurado amenizar as estocadas de grosso calibre vindas do PSB implodindo a aliança. Sabem que RC está criando pretexto para não assumir a recandidatura de Cartaxo em 2016 e fortalecê-lo para 2018, quando entrará em ação o plano prioritário: João Azevedo, o preferido da corte”.
Polêmica Paraíba