“É uma entrevista muito ruim para o partido. Essas vaidades, colocando os interesses pessoais acima do partido, prejudicam muito. A militância vê isso com muito maus olhos”, disse o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, ao Broadcast Político, da Agência Estado.
O deputado federal Vicente Cãndido (SP) também lamento as declarações da ex-ministra. “Eu lamento. A Marta teve todas as portas abertas no PT e sempre galgou os cargos que ela almejou. Ela não deveria ficar chutando dessa forma. Não deveria jogar para cima tudo o que o partido lhe proporcionou”.
A entrevista que irritou a cúpula petista foi veiculada neste domingo (11). Dentre as declarações mais fortes estão as que Marta diz que o ministro Aloísio Mercadante é “inimigo do Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva)”, além de ser “candidatíssimo” à Presidência da República em 2018.
Ela também acusa o presidente do partido, Rui Falcão, de “trair o partido e o projeto do PT”. A ex-ministra também bateu forte em cima da gestão da presidente Dilma e na condução da política econômica ao afirmar que “não se engendraram as ações necessárias quando se percebeu o fracasso da política econômica liderada por ela”. “Em 2013, esse fracasso era mais do que evidente”, disse Marta.
O deputado Devanir Ribeiro (SP) avalia que as declarações da correligionária se devem ao fato dela não ter sido a escolhida pelo partido para disputar a Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições. “Na política, não se pode ter ranço ou raiva. Ela está procurando um pretexto para se separar (do PT)”, afirmou o parlamentar.