PORQUE ? - Teremos uma oposição na Assembléia Legislativa muito, muito mais fraca do que a que se despede no fim deste mês - Por Laerte Cerqueira

(Do Jornal da Paraíba) – Tudo bem que o novo ano legislativo nem começou ainda, mas os primeiros rabiscos em um papel em branco revelam que teremos uma oposição na Assembleia Legislativa muito, muito mais fraca do que a que se despede no fim deste mês. Não é porque os deputados que devem figurar na nova oposição são fracos, é que a última turma era, numericamente, superior e tinha um grupo mais barulhento, entre eles Anísio Maia (PT), Gervásio Maia (PMDB), Frei Anástácio (PT), Trócolli Júnior (PMDB), Raniery Paulino (PMDB). Se não acontecer nada de novo, ou eles vão defender o governo fervorosamente, ou amenizar os ataques, ou ficarão, simplesmente, neutros. Uma diferença enorme no comportamento dos últimos quatro anos, que era sempre duro, crítico e, às vezes, com tom severo.
No outro lado, o governo manobrou para manter um defensor fiel, Hervázio Bezerra (PSB), e vai ter na retaguarda deputados que são bons no embate. Sabem explorar bem suas capacidades de enfrentamento e trazem nas falas uma “manchete de jornal”. Falo de Estela Bezerra (PSB), Jeová Campos (PSB) e Buba Germano (PSB). Outros defensores também podem surpreender e deixar de lado o papel de coadjuvantes, como Tião Gomes (PSL). Mas não estarão no front.
A situação fica mais favorável para o governador Ricardo Coutinho se Adriano Galdino (PSB) conseguir a presidência da Casa. Por isso, o empenho do chefe do executivo na empreitada. Terá, além de todo o poder da máquina estatal, o poder do legislativo nas suas mãos. De fato, só um garoto ingênuo do século passado – porque desse século não há mais tanta ingenuidade – não tem certeza que, com Galdino na presidência, a AL ficar subserviente ao poder executivo. Vai, com certeza, perder a independência. É uma constatação óbvia. Sempre foi assim. Quando o presidente da AL é de um partido aliado do governador (ou do mesmo), as chances dessa submissão aumentam em “mil por cento”.
Diante dessa previsão de larga vantagem, vale ressaltar que o espaço do contraditório é fértil. Isso se a oposição não se acuar diante da força que o governo planeja ter no legislativo. Ricardo viu que, apesar da sua capacidade de embate, ter um parlamento, quase totalmente, adversário faz um mal danado. É bom lembra que antes da eleição, RC chegou a ter, apenas, cinco deputados aliados e sofria sucessivas derrotas na casa. Algumas, inclusive, espera reverter quando estiver com a maioria.
Na oposição, tem tudo para se destacar e evitar que o governo faça um passeio na AL, a deputada Daniella Ribeira (PP); o deputado Renato Gadelha (PSC), que é novato, mas vai dar trabalho ao governo. Destaco ainda Manoel Ludgério (PSD), que tem o respeito e história no plenário. Tovar (PSDB), Bruno Cunha Lima e Camila, também tucanos, apesar de serem marinheiros de primeira viagem, têm a petulância e a energia da juventude. De qualquer maneira, não basta possuir boas peças individuais. Será preciso convergência, time. Hoje, é difícil saber quem puxará o movimento de unificação da oposição. Estão esperando por Cássio? É hora de começar a pensar em que forma essa oposição vai ter. A base governista está fazendo isso. Nem sentou no plenário, ainda, mas parece afinada. Esperamos uma oposição com a mesma sintonia, para que o parlamento não seja uma extensão do Palácio da Redenção. Assim, pode até ser mais difícil para o governo, mas melhor para nossa democracia e para o povo.

Visita
O prefeito de JP, Luciano Cartaxo, visita, amanhã, as obras de revitalização da Lagoa do Parque Solón de Lucena. Segundo a prefeitura, estão em andamento os trabalhos de escavação do túnel de escoamento para o excesso de água e de construção do anel sanitário.

Essencial
Como os trabalhos estão, por enquanto, “embaixo da terra”, tem muita gente dizendo que a obra está parada e demorando demais. De fato, o trabalho no espelho d’água é essencial, mas é preciso começar a intervenção em todo entorno do Parque. Para uma mudança radical, a intervenção ainda é tímida e a “desconfiança” é inevitável.