MPE pede a cassação do diploma de Ricardo e Lígia: “Há existência de fortes indícios de captação e gastos ilícitos de recursos na campanha"- Por Laerte Cerqueira

A surpresa, neste caso, foi a punição pedida pelo MPE: cassação do diploma de Ricardo e Lígia. Uma pena considerada dura demais para um suposto crime que não teria peso suficiente para mudar o resultado das eleições. De fato, essa ação do MPE é, aparentemente, a mais frágil das que foram apresentadas pelo órgão ao TRE.

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Mais uma

Na campanha, representantes da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral disseram que seriam rigorosos na análise das prestações de contas dos candidatos. Gastos com pessoal e serviços deveriam estar devidamente justificados, para evitar que, no cruzamento dos números e dados, fossem encontradas irregularidades que gerem punições. Ontem, o MPE mostrou que não era sófalatório. Numa representação contra o governador Ricardo Coutinho (PSB) e contra a vice Lígia Feliciano (PDT), o procurador Regional Eleitoral, Rodolfo Alves,pediu quea prestação de contas de RC seja novamente submetida à análise do setor técnico do TRE.
Segundo ele, há incompatibilidade entre o número de motoristas contratados e de carros alugados. Além disso, segundo a representação, está faltando na prestação de contas informações sobre o pagamento dos serviços com pessoal de mobilização de rua. “Há existência de fortes indícios de captação e gastos ilícitos de recursos, forçoso que seja conferida a devida importância às especificidades inerentes às falhas evidenciadas”, registrou o MPE na representação.
A surpresa, neste caso, foi a punição pedida pelo MPE: cassação do diploma de Ricardo e Lígia. Uma pena considerada dura demais para um suposto crime que não teria peso suficiente para mudar o resultado das eleições. De fato, essa ação do MPE é, aparentemente, a mais frágil das que foram apresentadas pelo órgão ao TRE.
Estão no Tribunal, com o juiz Tércio Chaves, um Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) em que o MPE pede a cassação do mandato de RC e de Lígia por supostas irregularidades no programa Empreender- PB, na contratação de servidores em período eleitoral, distribuição de material escolar. Uma outra representação é baseada na gravação de uma servidora do estado que teria usado a estrutura do governo para reunir “seus” servidores e mostrar a “importância” de votar em RC para evitar a perda dos empregos.
Essas duas ações parecem ter real peso para uma cassação, mas a última, apresentada, ontem, não parece ser danosa, mas, de qualquer maneira, engrossa o caldo e vai dar mais trabalho à defesa de RC. Por falar em defesa, o advogado Fábio Brito disse, ontem, que não havia recebido o processo e não comentaria sobre o assunto antes disso, porém, adiantou que a prestação de contas de campanha do candidato à reeleição foi aprovada pelo próprio TRE, demonstrando que não há nenhuma irregularidade. Vai ter muito trabalho pela frente.

 

Comemorando
Independentemente da gravidade e da força das provas que estão levando o MPE a pedir a cassação de RC, os cassistas comemoram muito a ação dura do órgão. A cada ação é uma “festa”. Afinal, é o MPE, com todo o seu peso institucional,demonstrando empenho.

Outras ações
Vale lembrar que a coligação “A Vontade do Povo”, encabeçada pelo senador Cássio Cunha Lima, já entrou com outras ações pedindo a cassação do diploma de Coutinho, com alegações parecidas às do MPE.

 

Sem entender

Tem socialista “boiando”, sem entender a posição do PSB com relação ao PT. É aliado, mas parece que quer se afastar. Para quem se entregou à aliança, foi de encontro às próprias convicções e ao discurso, para ver o fortalecimento da união entre socialistas e petistas, o momento é de estranheza e traz uma certa angústia. É assim que parece estar o vereador da capital Renato Martins (PSB). O ex-líder da oposição abandonou tudo para defender o PT (do prefeito Cartaxo)por causa da aliança e agora fica sem entender a postura do próprio partido.


Sem carnaval

O governador Ricardo Coutinho caminha para assinar um decreto suspendendo qualquer gasto do governo estadual com o carnaval dos municípios paraibanos. A determinação deve sair na próxima semana.

Cortes
A medida é mais uma do pacote de cortes que o governador anuncia desde a reformulação das secretarias e fusões de órgãos. Nada de gasto com “supérfluos”. Assim, segundo o governo, dá para manter o equilíbrio e evitar que a crise trave o estado. Pelo menos esse é o tom do discurso.
Cd pirata
Prefeitos de várias cidades da PB já estavam com o “pires na mão” pedindo dinheiro para alugar som, palco, pagar cachê de banda. Os gestores que estiverem pensando, ainda, em pedir dinheiro ao estado, desistam. Já deu para ver que não vai sair nada. Melhor pensar numa alternativa com “cd pirata”.
Motivo
O prefeito de Campina Grande continua recebendo convites de vários partidos para se filiar e sair do PSDB. PT, Pros, PSC, PSD já o cortejaram. Mas o que será que está motivando o prefeito a deixar a possibilidade de sair do PSDB em aberto?


Perigo

Romero foi alçado pelo partido do senador com maior capital eleitoral da cidade, Cássio Cunha Lima. Caminha para ser candidato à reeleição e alimentar essa conversa, deixando a entender que não está bem no partido que representa, só o enfraquece para uma disputa em 2016. Cuidado o PMDB e o PSB estão à espera do tropeço.