Se depender do PT e do prefeito Luciano Cartaxo não há qualquer dificuldade de a gestão municipal abrir espaços para prestigiar socialistas. Aliás, há total e óbvio interesse dos petistas nessa participação, porque, na prática, compromete o PSB, de certa forma, com o apoio à reeleição de Cartaxo.
E é exatamente essa lógica que faz os líderes girassóis agirem com a máxima cautela antes de permitir qualquer quadro do partido no governo de João Pessoa. Pela razão igualmente presumível: participar da gestão é chancelá-la e consequentemente vincular uma expectativa e obrigação de apoio em 2016.
Essa questão divide, atualmente, o PSB, prestes a reunir sua Executiva com o objetivo de colocar o tema na mesa. Há um grupo advogando a tese de que a opção pela presença na gestão de Cartaxo é natural, pelo princípio da reciprocidade, tendo em vista a participação do PT no secretariado estadual.
Para outra ala, o partido deve aguardar mais para tomar a decisão. São os que acham mais ponderado e acertado esperar o desenrolar dessa nova relação política, estabelecida no calor de uma circunstância eleitoral específica e carente de um tempo de maturação para avaliar como se darão os comportamentos de lado a lado, na prática.
Corre por fora o pensamento da ala totalmente contrária às indicações socialistas. Esse grupo – formado por figuras de envergadura e influência junto ao governador – está convencido de que essa postura preserva algo essencial para 2016: a condição política de apresentar uma candidatura, caso necessário.
Assim, de um lado o PSB vai vendo até onde é possível o malabarismo de empurrar essa definição pra frente, ganhando tempo e evitando amarras futuras com o PT, do outro a articulação do Luciano Cartaxo liga suas antenas e se mexe para fisgar o PSB, enquanto o mar está pra peixe. Se deixar passar, perde a onda.
*Reprodução do Correio da Paraíba.