Extinções e fusões: "Ricardo é 'autônomo' por natureza, não coloca ninguém que ele não possa monitorar"

Por Laerte Cerqueira

Até o início da próxima semana, devemos conhecer os nomes dos novos secretários do governo Ricardo Coutinho II. Por enquanto, temos apenas mensageiros e líderes de partidos aliados do governo, entre eles os do PT, PMDB e DEM, usando a imprensa para mandar os recados ao comandante e sua fiel equipe. Todo mundo diz: o “governador tem autonomia para escolher o melhor entre os que nós indicarmos. E, também, dá ao partido o espaço que achar ideal”. Nada mais óbvio. Ricardo é “autônomo” por natureza, não coloca ninguém que ele não possa monitorar, vistoriar, fiscalizar ou que não tenha um pouquinho de confiança na capacidade técnica. Porque uma coisa que sabe fazer bem é cobrar quando confia e anular quando quer apenas fazer o aliado cumprir tabela.
Mas antes dos nomes, vêm as mudanças nas estruturas das secretarias e órgãos. Coutinho disse, depois da diplomação, que vai fundir e extinguir secretarias e órgãos da administração direta e indireta. Uma maneira de enxugar a máquina. Segundo ele, é preciso racionalizar a estrutura e é possível fazê-la funcionar bem com menos peso.
Ricardo já demonstrou, inclusive na reunião com os governadores, que tem receio das previsões para o ano que vem, que é de recessão, cortes nos gastos e investimentos. O que ele parece querer evitar é que os projetos do estado parem, fiquem travados por causa desse cenário de crise. Se conseguir fazer as mudanças nas secretarias, economizar e, o principal, melhorar a gestão, terá o apoio da população. Com toda experiência, sabe remar com a maré. Cada vez mais o povo exige essa eficiência, com menos dinheiro, e a medida é popular, principalmente agora, com uma justificativa forte.
Os nomes das secretarias que devem ser atingidas pela navalha da reforma não são divulgadas e os secretários não falam sobre o assunto. Um deles disse ao repórter de política do JP, Lenilson Guedes, que se falar, não come o peru de Natal no cargo. Numa olhada no site do governo, conta-se 27 secretarias ou órgãos da administração direta. Mais 44 órgãos da administração indireta, como a Agência de Regulação do Estado e a Fac- Fundação de Ação Comunitária.
Baseado em discussões anteriores sobre a funcionalidade de algumas pastas, estariam na corda banca a Secretaria Especial do Pac – o Programa de Aceleração do Crescimento, que pode ficar junto com Infraestrutura ou Planejamento. Finanças e Receita, que são separadas, podem ser unidas novamente, como já foi. E ainda as Secretarias de Interiorização e a de Desenvolvimento e Articulação Municipal, que cumprem funções secundárias e são com penduricalhos de aliados. Bons locais para agraciar apadrinhados.
Por enquanto, só especulação. Mas no início desta semana, RC deve fazer o anúncio e, independentemente da secretaria, o corte ou a fusão serão bem vindas, isso, se realmente,os atos diminuírem o peso das despesas com custeio para favorecer os serviços.

Nova diretoria
Os juízes federais Rudival Gama e Emiliano Zapata serão os novos diretor e vice-diretor do Foro da Seção Judiciária da Paraíba, respectivamente. Eles assumirão os cargos no início de abril, para o biênio 2015-2017.

Aprovação
A indicação dos juízes foi aprovada pelo Pleno do TRF da 5ª Região, com sede em Recife (PE), que terá como presidente o desembargador federal Marcelo Navarro.

Retorno
O deputado estadual diplomado, Jeová Campos, está na expectativa da volta à AL para trazer outra vez o debate da interiorização do desenvolvimento. Para ele, a concentração de riquezas e JP e CG gera a favelização, bolsões de pobreza e criminalidade.