Em um teste realizado no Peru, uma empresa produziu um vídeo para mostrar o assédio que as mulheres sofrem nas ruas. “Em Lima, sete em cada 10 mulheres sofrem assédio sexual na rua”, diz a atleta no início do vídeo publicitário. A campanha, denominada “Assobie para sua mãe”, foi publicada no YouTube e já alcançou mais 2,5 milhões de acessos.
A equipe de produção observou dois homens que assediavam constantemente mulheres nas ruas e localizou as mães destes rapazes. Informadas sobre o comportamento dos filhos e o tema da campanha publicitária, as mães aceitaram participar do teste. Elas foram submetidas a uma superprodução: maquiagem, peruca e acessórios, para não serem identificadas pelos filhos.
Em uma van estacionada próximo ao local de trabalho dos rapazes, lugar onde foi realizado o teste, uma equipe acompanhou o andamento da situação por meio de câmeras instaladas nas proximidades. Em ambos testes, os homens cantaram as mulheres e se assustaram ao perceberem que se tratava da própria mãe.
No primeiro caso, após ser identificada pelo homem, a mulher briga várias vezes com o filho: “É verdade que você diz essas grosserias às mulheres?!”, “Eu não ensinei você a se comportar dessa maneira”. Desconcertado, o rapaz tenta justificar a ação. “Meu pai sabe? Meu pai sabe?”, ele questiona a mãe após falar da roupa que ela veste. “Eu não acredito nisso! Não acredito”, grita a mulher depois de bater no filho com a bolsa e puxá-lo pelo braço para casa.
O segundo homem que participa do teste está em seu local de trabalho, utilizando uma farda de um segurança. Ele assedia verbalmente a mulher de verde que passa pela calçada e fica surpreso ao notar que é sua mãe. Irritada, a mulher arranca a peruca e começa a brigar com o rapaz. “Não tem vergonha disso?”, ela questiona. Ele argumenta e diz que a cantada saiu de um carro que passava pelo local. “Que?! Você acha que eu sou cega, surda? Que vergonha de você ser meu filho!”, grita a mulher.
Em outubro, uma outra atriz gerou polêmica ao usar uma câmera escondida para gravar sua caminhada pelas ruas de Manhattan, em Nova York. Segundo o vídeo, durante as 10 horas de filmagem, mais de cem homens assediaram verbalmente ou lançaram olhares indiscretos sobre a mulher.
Correio Braziliense