De janeiro a outubro deste ano, foram registrados 1.697 roubos de motos, automóveis, caminhões e utilitários na Paraíba, com uma média mensal de 102 crimes. O veículo mais roubado é a moto, com 1.153 casos. Se a estes números fossem acrescentados os roubos de motos de 50 cilindradas, as cinquentinhas, eles poderia dobrar segundo a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas. Só em Campina Grande, entre a manhã de segunda-feira e a madrugada de ontem foram registrados quatro ocorrência de encontro de veículos roubados, furtos e novos roubos.
Dados da DRFVC, em João Pessoa, indicam que além das 1.153 motos foram roubados 442 automóveis, 33 caminhões e 58 veículos utilitários. Segundo o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos, Getúlio Machado, a maior parte dos crimes está concentrada em João Pessoa, Campina Grande e Patos.
Getúlio garante que mesmo uma grande quantidade de roubos, o Estado tem conseguido recuperar 61% dos veículos. De janeiro a outubro deste ano foram recuperados 676 motos, 288 veículos de passeio, 13 caminhões, 43 utilitários e quatro reboques.
O roubo é a forma mais frequente dos criminosos tomarem os veículos dos proprietários. Dados da delegacia apontam que eles representam 70% dos casos, enquanto que os furtos somam 30%. Getúlio Machado explica que a introdução de alarmes e outros equipamentos anti-furto nos veículos dificulta os crimes. “Com chaves codificadas e sistemas de localização, só os veículos mais antigos, que podem ser ligados com vários tipos de chaves são furtados”, explica.
O delegado alerta que os roubos na chegada e na saída dos proprietários de suas casas é a modalidade mais frequente. Em seguida, estão os roubos nos estacionamentos de ruas. Para se ter uma idéia da frequência dos roubos e furtos de veículos, segundo o Centro Integrado de Operações Policiais, em Campina Grande, quatro ocorrências foram registradas na área do 2º Batalhão de Polícia Militar, entre a segunda-feira de manhã e madrugada de ontem. Na manhã de segunda foi encontrado um corsa (MMV-2628-PB) roubado, no bairro de Liberdade, e a tarde um classic (MNJ 5415-PB), no Dinamérica. No Centro, foi furtado um gol cinza (MOE-9478-PB) e uma moto de 50 cilindradas, no bairro de São José.
Cinquentinhas ‘invisíveis’
Como as motos de 50 cilindradas não possuem nenhum tipo de registro no Departamento Estadual de Trânsito – Detran, os roubos não são computados pela Polícia Civil. O que ocorre é apenas o registro como crime comum de furto ou roubo do bem. Segundo estimativa do delegado Getúlio Machado, caso os veículos não fossem ‘invisíveis’ por falta de registro, as estatísticas facilmente dobrariam. “O roubo de cinquentinhas é muito grande. Geralmente elas são utilizadas para a prática de outros crimes ou para alimentar o comércio de peças. Felizmente o Conselho Estadual de Trânsito já possui estudos muito avançados para iniciar o registro deste tipo de veículo”, explica o delegado.
Quadrilhas especializadas
Sobre a atuação de quadrilhas especializadas em roubos de cargas e veículos na Paraíba, o delegado de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, descarta essa possibilidade. “Não temos conhecimento de quadrilhas. O que sabemos é que existem criminosos que roubam carros e motos para a prática de outros crimes e para o desmanche. Mas a gente está fiscalizando os desmanches com frequência, de forma conjunta com o Detran, que há um certo tempo passou a ter a responsabilidade legal dessa tarefa”, explicou Getúlio Marchado.
Perigosos
A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos estão atualizando um levantamento detalhado dos locais e bairros das principais cidades do estado com maiores índices de roubos e furtos. Ele adianta que, em João Pessoa, os bairros da orla marítima e o Centro já podem ser apontados como os locais mais perigosos para estes crimes.
Em Campina Grande, a falta de uma delegacia especializada é apontada pelo delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos, Henry Fábio, como uma das maiores dificuldades no combate a esses crimes. Ele diz que parte das motos roubadas na cidade é levada para outros estados ou vendida no Agreste.
Em CG, assalto a caminhão
Parte da carga de sandálias de um caminhão foi roubada por um grupo de assaltantes na noite de segunda-feira, logo após sair da fábrica, no distrito Industrial, em Campina Grande. Eles renderam o motorista do veículo e o conduziram até uma área onde os produtos foram transferidos para outros três veículos. A Polícia Militar realizou rondas na região, mas nenhum suspeito foi encontrado ou identificado.
Segundo dados do Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop), o roubo começou às 23h30, quando dois homens encapuzados e armados, num veículo Gol, abordaram o motorista, o renderam e o fizeram conduzir o caminhão até o Distrito Industrial.
Parte da carga foi transferida para três veículos, entre eles uma Hilux. Em seguida, os ladrões fugiram em direção à zona rural de Campina Grande e o motorista foi liberado. A reportagem entrou em contato com os responsáveis da unidade da Alpargatas na cidade e eles informaram desconhecer o roubo. Até o final da manhã de ontem nenhuma queixa foi registrada na Polícia Civil.
Correio da Paraíba