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Foi por amor. Mas Sandra deve saber que o amor não mata. Nunca! O amor faz viver. Tanto que muitos morrem por falta de amor - Por 1berto Almeida

E preciso aprender a separar o joio bom do trigo que mata quem se arvora come-lo. Sandra disse que a nossa sociedade é muito dura quando se trata de punir um “menor carente” que não matou, mas, pelo contrário, foi vitima dessa sociedade que o marginaliza.

 Foi por amor. Mas Sandra deve saber que o amor não mata. Nunca! O amor faz viver. Tanto que muitos morrem por falta de amor - Por 1berto Almeida

 suicidio

Escuto rádio. Uma mania. Velha mania. Todos os dias escuto rádio.  O rádio me acompanha dentro do meu tordilho com cascos de borracha. Dessa vez foi a vez de Sandra Marrocos. Eu gosto de Sandra Marrocos. Não conheço Sandra Marrocos. Vejo-a sempre e sempre a cumprimento. Sou de cumprimentar quem eu gosto. De quem não gosto, acredite, nenhuma vez. 

Mas, dessa vez, falando sobre “o menor carente” que matou uma jovem estudante dentro da escola onde ambos estudavam com três tiros à queima-roupa, não gostei de Sandra Marrocos. Sandra deu uma entrevista infeliz.  Sabia há muito que Sandra Marrocos é Assistente Social. Não é uma advogada. Mas, mesmo sendo Assistente Social, Sandra na sua militância sabe o que é Direito e o que é errado. Tudo que não permitido é proibido. E matar, por aqui, até que me provem o contrário é “proibido”. Sandra sabe disso. 

 

Ouvi a entrevista que Sandra deu (sei do cacófato) a uma de nossas emissoras de rádio e fiquei triste.  Uma AM.  Na defesa do “menino carente” e apaixonado e frio, embriagado por uma quente paixão que matou uma menina na flor da idade de forma fria e nada apaixonada, Sandra, repito, disse que “o menino não era um criminoso”, por aí, mas uma vitima.  E antes que alguém perguntasse, afinal, quem é o criminoso, Sandra entregou a sociedade. 

 

E preciso aprender a separar o joio bom do trigo que mata quem se arvora come-lo. Sandra disse que a nossa sociedade é muito dura quando se trata de punir um “menor carente” que não matou, mas, pelo contrário, foi vitima dessa sociedade que o marginaliza. Por aí. Disse mais Sandra: um maior quando mata e a Justiça o condena, ele passa um bom tempo na cadeia, mas sai antes do terminar o tempo de prisão a que foi condenado. Ela não disse, mas se referia a “progressão de regime”. 

No caso do menor, disse essa Sandra de quem eu gostava tanto que aquele que matou é a vitima e nunca uma pessoa que praticou um “ato ilícito”, consciente do ato que praticava. Esse quase sempre cumpre uma triste e longa e dura e sofrida prisão de “três anos”, em uma casa que em nada se parece com o presídio para onde vão os que matam e, por serem maior de idade, apodrecem e dali saem caindo de podres. 


Sandra disse que bateu um papo com a vítima que matou uma menina dentro da escola onde ambos estudavam, e não viu a “fera” que estão querendo fazer dele, a vítima, a pobre vítima de uma sociedade que não percebe que todos os que não tem uma boa educação e um bom emprego e – quase escrevia um “bom revolver” – um bom salário estão condenados a condição de “vítimas” dessa sociedade. 

A “vítima” deixou um corpo estirado no corredor da Escola Municipal Violeta Formiga, e saiu correndo. Mas, se a vitima foi o menor carente de amor e carinho e outros sentimentos que saiu do corredor correndo (tô sabendo), considerando o que Sandra disse ali não houve um crime.  Sandra disse que a “vítima” matou “por amor”. A dúvida ficou no ar. No caso, o amor é uma atenuante. Não importa se o crime tenha sido praticado por uma “vítima” menor ou um “criminoso” adulto. Foi por amor. Mas Sandra deve saber que o amor não mata. Nunca! O amor faz viver. Tanto que muitos morrem por falta de amor, nunca pelo seu excesso. 

Não gostaria que um filho ou filha minha fosse “  vítima” um dia desse amor.  Houve um crime. Todos viram e muitos sentiram. E a família da vítima verdadeira, essa que não é a de outro menor, pelos menos para este Malabarista de Palavras, sofreu muito mais. Essa “vitima”, que longe de mim estar o desejo de vê-la morta, está viva. Daqui a três anos, se não for curada dessa “doença” batizada de “matar por amor”, doente ainda, poderá colocar em risco outras vitimas. 


E essas, Sandra, infelizmente, assim como aconteceu com a menina que foi morta no corredor da escola, também poderão ser vítimas da “vítima” que você diz estar sendo tratada como uma fera que nunca foi. Torço pela sua cura. Sinceramente. Mas, também não me esqueço de torcer para que a boa Sandra Marrocos descubra um dia que entre “matar por amor” e pela falta desse mesmo amor, não existe nenhuma diferença. Repito: o amor não mata, Sandra, o amor é vida! O amor nos ajuda a viver! Matar nunca! 

(humbertodealmeida.com.br)