PORQUE POLARI CAIU ? Polari seguia em um ritmo próprio, em descompasso com a rapidez que gestão quer imprimir. Por Laerte Cerqueira

A impressão é que Polari seguia em um ritmo próprio, em descompasso com a rapidez que gestão quer imprimir nesses próximos anos.

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Primeiras mudanças

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), anunciou ontem as primeiras mudanças no secretariado. A que mais surpreendeu foi a exoneração do Rômulo Polari da secretaria de Planejamento. O ex-reitor da UFPB, economista gabaritado, tem conhecimento e é um técnico de “mão cheia”. Mas parece que não estava com a energia necessária que o governo precisa para dar agilidade, essencial para o objetivo de reeleição de Cartaxo. A impressão é que Polari seguia em um ritmo próprio, em descompasso com a rapidez que gestão quer imprimir nesses próximos anos. De fato, o que se esperava de Rômulo, segundo se comenta nos “bastidores” da administração, era mais pragmatismo, mais solução, mesmo diante dos difíceis obstáculos que estava enfrentando para tirar do papel projetos como o BRT e a Lagoa.
No seu lugar assume Zennedy Bezerra, que estava na chefia de gabinete do prefeito e acompanha Cartaxo desde o início da atuação política. Zennedy não tem a experiência em planejamento e em gestão de Polari, mas é de inteira confiança de Cartaxo e estará 24 horas à disposição do prefeito para prestar conta do andamento dos projetos e destravá-los. Além disso, Zennedy é operacional. No comando da pasta, terá total poder para exigir rapidez, agilidade e cobrar soluções imediatas dos técnicos da prefeitura. Em entrevistas, Cartaxo disse que quer uma equipe mais atuante e esse parece ser o principal recado. Agora, precisa de resultados. Acabou a fase de avaliação, costume, ajustes e, pelo que conheço de Cartaxo, quer trabalho em tempo integral. Entrega total.
As outras mudanças envolvem as pastas do Meio Ambiente, que será ocupada por Daniella de Almeida Bandeira, e Políticas Públicas para Mulheres, pela vice-presidente estadual do PT, Giucélia Figueiredo. O que, segundo Cartaxo, foram modificações baseadas em critérios meramente técnicos. Não duvido da intenção, mas no caso de Daniella de Almeida Bandeira, que ocupava o cargo de Superintendente do Patrimônio da União (SPU) na Paraíba, um peso político pode ter acionado a chave da readequação. É que o deputado federal Damião Feliciano, teria sido o mediador desse ajuste. Feliciano foi um dos apoiadores de primeira ordem de Lucélio Cartaxo, na candidatura ao Senado.
Giucélia Figueiredo substitui Socorro Borges e Daniela substituiu Edilton Nóbrega. Luciano Cartaxo agradeceu o empenho de todos os auxiliares que deixaram a gestão e que outras mudanças poderão ser anunciadas, desde que entenda necessário para o melhor funcionamento da gestão municipal. E elas serão anunciadas. É só o começo.
Encaixe
Com a saída de Daniella de Almeida Bandeira da SPU, um bom cargo federal fica em aberto para encaixar o irmão prefeito, Lucélio Cartaxo (PT). As articulações continuam.

Autonomia
Não há dúvida que uma secretaria do governo estadual esteja sendo articulada para Lucélio, já tem até um lugar reservado. Mas o espaço “almejado” parece ser federal, com mais autonomia, e ligação direta com Brasília.

Na base
Depois do cenário definido, João Gonçalves (PSD) apareceu para fazer a defesa de seu projeto. Continuar onde nunca sai, na base do governo. Disse que está com Galdino para presidência da AL.

Sinais
O presidente da AL, deputado Ricardo Marcelo (PEN), deu os primeiros sinais públicos de reação. Reuniu parlamentares que o apoiam na recondução à presidência na próxima legislatura. Por enquanto, são 15.
Por unanimidade

Uma escolha sem polêmicas, discussões e trocas de farpas. Dessas que, raramente, acontecem na PB. Por unanimidade, os novos diretores do Sebrae foram eleitos para o quadriênio 2015/2018. O engenheiro Walter Aguiar assume a superintendência, o economista Luiz Alberto Amorim a diretoria técnica e o advogado João Monteiro da Franca Neto a diretoria administrativa-financeira. A posse será no dia 2 de janeiro.
Mensagem
O governador Ricardo Coutinho (PSB) falou alto para a mensagem chegar lá no Planalto. Em reunião, em Brasília, “disse” ao partido que não esperasse dele oposição dura à presidente Dilma.

Parceria
Ricardo, com toda moral de governador reeleito, cada vez mais forte como liderança do partido da região, não quer ver sua parceria com Dilma ser “melada” pela posição dos socialistas nacionalmente.

Dependência
Vale lembrar que boa parte dos “grandes” investimentos em andamento na PB e os que estão no gatilho depende do governo federal.

Romaria
A Arquidiocese da Paraíba reforçou a luta para evitar que romaria da Penha se transforme num espaço de bebedeira e não de fé e devoção. A lembrança é sempre bem vinda.

Atenção
Falando em romaria, se a prefeitura não entrou em acordo com os agentes da Semob, que estão com as atividades paralisadas, a atenção tem que ser redobrada no trânsito.