O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba julgou improcedente ação que o governador Ricardo Coutinho moveu contra o jornalista Mino Pedrosa e o jornal de Brasília por publicação de matéria que faz referência a um suposto depoimento dado por uma das auxiliares da Granja Santana responsável por cuidado do filho do governador.
Os advogados do governador alegaram na ação que “o jornal de Brasília e Mino Pedrosa, seriam os responsáveis pela publicação eletrônica com o nítido propósito de criar factoide na reta final da campanha eleitoral de modo a produzir repercussão negativa ao candidato Ricardo Coutinho capaz de exercer influência perante o eleitorado”. A defesa pediu também a aplicação de multa de R$ 30.000,00.
Contudo, a relatora do caso, juíza Antonieta Majora, não viu ofensa a Lei eleitoral no caso e explicou: “ No texto em análise não se observa qualquer ofensa à legislação eleitoral de modo que se possa entender pertinentes os pedidos dos representantes. Percebe-se, na verdade, que a representação tem fundamento na interpretação que pode ser feita do texto e não da sua própria leitura objetiva”, disse.
Antonieta entendeu que o texto poderia prever efeito negativo pelo que ele sugere: “Nessa esteira, embora os representantes aleguem que a notícia poderia prejudicar o Governador e Candidato Ricardo Coutinho, uma vez que o eleitorado tende a imaginar situações escusas quando sabe que candidatos em disputa guardam dinheiro vivo em casa, não vejo razão para interpretar o texto dessa forma”.
Para Antonieta, o conteúdo do texto está associado a fofoca: “Ainda, é de se reconhecer que esse tipo de postagem é corriqueira em sítios de amenidades, fofocas e bastidores de pessoa supostamente famosas, pelo que, via de regra, tais notícias sequer são levadas a sério”, enfatizou.
Pelas razões expressas, a juíza entendeu que a representação é improcedente e afirmou que não cabe a Justiça Eleitoral ser o mecanismo de controle da imprensa, mas sim “coibir os abusos e os fatos que possam quebrar a isonomia do pleito ou alterar seu resultado”.
No parecer, a juíza publicou a matéria questionada pelo governador e a decisão pela improcedência da ação foi seguida pelos pares.
“Para uma melhor análise, transcrevo abaixo a postagem impugnada:
Uma babá e vários segredos
Uma história pra lá de rocambolesca acaba de vir à tona na Paraíba e tem potencial explosivo para abalar os alicerces paraibanos. A babá do filho caçula do governador Ricardo Coutinho, Janaina Alexandre Alves, pediu demissão, mas levou consigo segredos que agora são revelados devido à perseguição que passou a ser rotina após abandonar o trabalho. Janaina revela: “Um certo dia, estávamos eu, a primeira-dama, Osmilda (assessora) e a governanta dona Nena procurando umas lembranças de casamento dela. Daí, ela disse `Jana, suba nesse tamborete e tire essa caixa aí pra mim olhar o que é¿. Quando a gente abriu a caixa, tinha muito dinheiro, que ninguém sabia a quantia de dinheiro que tinha. A gente ficou abismada. Imediatamente a primeira-dama Pamela ficou nervosa, fechou e guardou a caixa. Quando ela foi avisar o governador Ricardo Coutinho, ele ficou nervoso e irritado” . “Caixa de dinheiro lá era ao léu. Um certo dia, uma outra caixa em outro quarto, me mandaram pegar (…) 3 mil reais, e entregar para o ajudante de ordens, Capitão Anderson. Eu não sei para que era esse dinheiro. Tinha caixa de diversos tamanhos” . Pelo visto, Ricardo Coutinho tem muito a falar até domingo.”
Polêmica Paraíba