Acabou a brincadeira. Saem os amadores progressistas, desenvolvimentistas, esquerdistas – e lambanceiros – e entram em campo os profissionais do poder. A se confirmarem os nomes dos novos ministros, não teremos um governo Dilma 2, mas um Lula 3, já de olho em 2018.
Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Kátia Abreu na Agricultura e Armando Monteiro Neto no Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior levam a algumas conclusões: a crise econômica e de governança é mesmo grave. Tão grave que tem potencial para pulverizar as pretensões de Lula de voltar ao poder daqui a quatro anos.
Segunda conclusão: Dilma será obrigada a abrir mão de muito poder em troca de consertar os imensos estragos de seu primeiro governo. Nem Levy nem Kátia nem Armando Monteiro têm perfil de fantoches amedrontados pelo mandonismo mal-educado de Dilma. Ou vão comandar de fato suas áreas ou cairão fora.
Terceira conclusão: um governo Aécio não ousaria escolher um time tão ortodoxo, tão neoliberal, tão à direita quanto os dois grandes representantes do patronato agroindustrial e um queridão dos mercados.
Kátia Abreu, ex-UDR, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, começou a carreira política no DEM e é o terror do MST e dos ambientalistas.
O usineiro pernambucano Armando Monteiro, do PTB, foi presidente da Confederação Nacional da Indústria.
E Joaquim Levy, ex-FMI, ex-aluno bem-amado de Armínio Fraga e da Escola de Chicago, teve seu primeiro emprego no governo na segunda gestão de FHC. É um craque em defender o rigor e a austeridade e em dizer não à gastança. Duela a quien duela. Incluídos aí Dilma e o PT.
Que tal?
Vamos que vamos!