247 – Encerrada a etapa das prisões dos empresários (a 7ª fase das investigações), deflagrada nesta sexta-feira (14), em várias partes do país, a operação Lava-Jato deve chegar ao seu objetivo final: os políticos. O relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, deu 30 dias ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que decida sobre a apresentação da denúncia. Até agora, Janot tem tratado o tema com cautela, pois avalia que devem ser esgotadas todas as diligências possíveis na fase pré-processual para poder fundamentar a denúncia, que seja impermeável a críticas da mídia e recursos de advogados. Pelo menos, 70 parlamentares estão envolvidos, até o momento, no esquema de pagamento de propina por contratos na Petrobras.
O procurador Rodrigo Janot aguarda a finalização de todas as delações premiadas que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal acharem conveniente, com o cruzamento de dados bancários, contratos e outras provas apreendidas. A própria Justiça Federal no Paraná, que comanda as investigações, trabalha com a hipótese de que os próximos depoimentos dos envolvidos presos nesta sexta abram novas frentes de investigação, como ocorreu até agora.
As prisões mais importantes hoje foram do diretor-presidente da empresa Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho; do diretor-presidente de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa do Grupo Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho; do diretor de operações da Iesa Óleo & Gás, Otto Garrido Sparenberg; do agente federal Jayme Alves de Oliveira Filho e do ex-diretor da Petrobras, Renato de Souza Duque.
Não resta dúvida de que com essa nova leva de executivos de empreiteiras presos, a lista dos que toparão um acordo de delação premiada aumentará. Com o cumprimento dos 85 mandados de prisão e a busca e apreensão nos escritórios das companhias, espera-se obter as provas definitivas para a última etapa, que caberá ao Supremo Tribunal Federal.
Na última quarta-feira (12), Janot confirmou que mais investigados fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Segundo ele, três acordos aguardam homologação da Justiça e mais cinco ou seis estão em curso. A lista se ampliará depois das ações de hoje. Estas delações e a busca de provas sobre elas serão os elementos que o procurador espera para formalizar as denúncias contra os políticos no STF.
O fim deste ano promete ser apavorante para os políticos de Brasília. Nesta sexta, o clima de perplexidade tomou conta do mundo político na cidade. Parlamentares da base aliada estão preocupados com o que consideram um avanço rápido das investigações em cima dos executivos de grandes empreiteiras.