Aos 42 anos, Roseana Cipriano Oliveira de Lima, moradora de Juazeirinho, na Paraíba, passou de beneficiária do Bolsa Família, a pequena empreendedora. Desempregada, ela vivia com pouco mais de R$ 90 do benefício do Governo Federal, mas um dia, ao ouvir no rádio, o gestor do Bolsa Família dar uma entrevista, sua vida mudou. “Ele disse que o benefício não era para a vida toda. Que todo mundo deveria se esforçar e progredir. Aquilo mexeu comigo”, explica.
Dias depois, ela retirou seu benefício, separou R$ 20 e comprou balas, doces, pipocas e pirulitos. Montou um pequeno tabuleiro na porta de casa e foi à luta. Com o pouco que recebia com a venda dos doces, comprava mais guloseimas e aumentava a clientela.
“Com as vendas, as coisas foram melhorando e aos poucos, consegui comprar uma prateleira grande e comecei a vender dentro da sala da minha casa”, afirma. Pouco tempo depois, com a renda já mais estável, Roseana recorreu a um parente, que lhe fez um empréstimo, com o qual ela comprou produtos alimentícios, como arroz, feijão, café, produtos de higiene e limpeza para revenda.
A reviravolta na vida desta brasileira daria um filme. Com um filho de 14 anos para sustentar, Roseana era responsável pela administração da casa e de todas as despesas da família, além dos cuidados com o marido, que tem problemas de saúde.
“Consegui construir um pequeno barraco, que transformei em mercearia, onde revendia todos os produtos que comprei. Hoje, além de conseguir pagar as despesas da casa, ainda pago o empréstimo”, comemora. “Se minha situação melhorou, porque eu ia ficar com o cartão? Tem tanta gente precisando mais, não é?”
A ação foi comemorada por toda a equipe da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Juazeirinho. “Iniciativas como esta precisam ser valorizadas e reconhecidas. É uma atitude de grande valia e grande impacto na vida de todos”, comenta o Secretário Wagner Colaço.
“Não quero passar o resto da minha vida dependendo do Governo. Eles me ajudaram enquanto precisei. Hoje, Graças a Deus não preciso mais. Gostaria de pedir a todos aqueles que conseguiram uma condição de vida melhor, que façam o mesmo e devolvam o cartão, dando a oportunidade a quem mais precisa”, conclui.