(Do UOL, em São Paulo) – O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, divulgou neste sábado (11) uma carta aberta em que apoia a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e afirma que seu partido “traiu a luta” do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ao se aliar a Aécio Neves (PSDB). A declaração foi dada pelo pessebista em seu site pessoal.
O PSB apoiou a candidatura à Presidência de Marina Silva, que até a morte de Campos era vice, e nesta semana declarou que apoiaria o tucano no segundo turno após a candidata ficar em terceiro lugar nas urnas. Neste sábado, Aécio recebeu o apoio formal da família do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo em agosto deste ano.
Em um ato político no Clube Internacional em Recife com a presença do tucano, o filho mais velho de Campos, João Campos, 20, leu uma carta da viúva Renata Campos. “O Brasil pede mudanças. O governo atual não é mais capaz de promover essas mudanças. Só será possível mudar se tivermos capacidade de união e diálogo. Aécio, acredito na sua capacidade de diálogo e gestão”, escreveu Renata.
Mais cedo, Aécio se comprometeu a cumprir, mesmo que de forma vaga, quase todas as exigências feitas pela ex-candidata Marina Silva (PSB), que assumiu a vaga de Campos após sua morte, em troca de seu apoio.
“Traição à luta”
Amaral diz na carta que ao se aliar “acriticamente” à candidatura Aécio Neves, o bloco que controla o partido “renega compromissos programáticos e estatutários” e “joga no lixo o legado de seus fundadores”.
“Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB.”
Dentro do PSB, um grupo de dirigentes em Pernambuco pretende tirar Roberto Amaral da presidência da sigla, informou o Painel da Folha. O mais cotado para o cargo seria o gaúcho Beto Albuquerque, que concorreu como vice de Marina.