Na conjuntura mais recente, não deixa de ser uma estranha mistura, mas o rápido apoio do PMDB ao governador Ricardo Coutinho (PSB) tem uma explicação: vale tudo para o partido se manter pendurado no governo federal. Como a presidente Dilma Rousseff (PT) está precisando de reforços, o PMDB dá sua contribuição na Paraíba, trocando apoio com o governador Ricardo Coutinho (PSB), que luta para se segurar no governo.
Entrementes, apesar das eloquentes declarações recíprocas de novo amor, a rigor, não dá para acreditar que o PMDB tenha mudado tão rapidamente o conceito que fez do governador Ricardo Coutinho nos últimos quatro anos, assim como o governador também não deve ter mudado o conceito que tem a respeito do senador José Maranhão e de muitos outros peemedebistas, a exemplo de deputado eleito Veneziano Vital do Rego, com quem rivalizou nos últimos anos.
Incluir um ou outro ponto das propostas do PMDB no programa de governo socialista é apenas um gesto formal. Quem conhece o estilo Ricardo Coutinho, sabe perfeitamente que ele não faz concessões ao seu jeito de administrar. A aliança visa, sobretudo, um resultado eleitoral.
Registre-se, contudo, que essa aliança não representa nenhuma novidade na política da Paraíba. O acordo PMDB-PSB celebrado na manhã desta quarta-feira só confirma a regra. Aqui, é natural se esculhambar e se juntar ao sabor dos interesses eleitorais ou eleitoreiros. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) faria o mesmo. Não se trata, pois, de condenar este ou aquele, mas apenas de desnudar os fatos.
Firme-se que não dá pra dizer, por exemplo, que esse tipo de política é feito em favor do Estado. Muitos acordos da espécie já foram realizados ao longo da história e a Paraíba continua pobre e sem muita perspectiva de desenvolvimento.
A verdade é que aliança PMDB-PSB é pragmática, não programática como afirmou o senador eleito José Maranhão. É assim que deve ser entendida. Se vai ser compreendida e aceita pelo eleitorado é outra coisa.