Os carteiros da Paraíba decidiram adiar a greve por tempo indeterminado, em assembleia geral realizada ontem à noite, em João Pessoa. Durante a assembleia, a maioria rejeitou a proposta da Empresa de Correios e Telégrafos que ofereceu reajuste salarial de R$ 200 em forma de gratificação que seria incorporada aos salários nos próximos três anos, na dependência do lucro da empresa, entre outros pontos. A categoria volta a realizar uma assembleia no dia 24, para discutir uma possível nova proposta.
Ontem à noite, no entanto, as decisões de outros sindicatos pelo País, sobre a proposta, racharam o movimento. Enquanto que no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul a categoria decidiu entrar em greve a partir de hoje, o Estado de São Paulo, que detém 50% do fluxo postal, aceitou a proposta da ECT. A maioria dos outros Estados apostou em uma nova tentativa de negociação e adiou uma decisão.
De acordo com Evandro Tavares, diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos da Paraíba, a decisão da categoria em São Paulo enfraquece muito o movimento no restante do País. Ele afirmou que houve uma manobra da atual diretoria do sindicato paulista e que provocou revolta interna, até com agressões físicas. “Essa proposta não podia ter sido aceita, pois iremos ter um reajuste de R$ 50 por ano”, lamentou o sindicalista.
Outra decisão tomada ontem à noite pelo sindicato foi manter o estado de greve de todos os carteiros. Essa posição tem efeito apenas jurídico, caso a categoria decida iniciar a greve, sem a necessidade de cumprir prazos estabelecidos pela Justiça trabalhista.
Reivindicações
As principais reivindicações dos carteiros são 6,5% relativos ao índice inflacionário de um ano e 8% de ganho real, totalizando um reajuste de 14,5%, além de realização de concurso público imediato e novas contratações.
Em 2013, os Correios deflagraram uma greve que durou 43 dias. “Temos um déficit muito grande de funcionários. Na Paraíba, faltam mais de 300 carteiros”, afirmou Tavares.
Correio da Paraíba