FOLHA DE SÃO PAULO: Aumento da violência levado ao debate político coloca a Paraíba em evidência

A Paraíba é destaque no jornal de circulação nacional “Folha de São Paulo” em virtude dos debates estabelecidos entre os candidatos de concorrem ao Governo do Estado. A “Folha” fez levantamento nos Estados e listou os que tiveram o aumento na violência levado aos debates de campanha. Na matéria o candidato Cássio Cunha Lima é citado como favorito para ganhar a eleição.

Confira matéria na íntegra:

Numa eleição em que a renovação da política é tema central, oito ex-governadores aparecem como favoritos nas disputas deste ano, segundo pesquisas recentes do Datafolha e do Ibope (leia abaixo). Só em um Estado (no Rio), o ex-governador em questão não é líder isolado.

Em comum, ressaltam características como “experiência” e têm um discurso centrado na crítica às atuais políticas de segurança pública.

Em seis desses nove Estados, os homicídios cresceram em comparação com o início da década passada, e o tema é recorrente nos discursos e na propaganda eleitoral.

Nessa mesma linha, os candidatos ao governo do Piauí Wellington Dias (PT-PI) e Eduardo Braga (PMDB-AM) prometem agir “com rigor” contra o crime.

Até mesmo no Rio, onde houve redução de violência, a segurança virou um dos temas da campanha, com a discussão sobre as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Anthony Garotinho (PR) diz que as atuais unidades são “de latão” e fala em UPPs “de verdade” nas favelas.

A escalada da violência, contudo, não explica sozinha o fenômeno de tantos ex-governadores com chances de voltar ao poder nos Estados. O cientista político Leonardo Barreto, professor da Universidade de Brasília, avalia que os ex-governadores buscaram aproveitar uma atual “janela de oportunidade”.

Segundo ele, o quadriênio economicamente fraco, com investimentos federais num nível mais baixo, aliado à queda de popularidade dos atuais governadores depois dos protestos de 2013, teria motivado as candidaturas.

“Os atuais governadores pegaram uma fase mais magra em investimentos, além de enfrentarem o agravamento de problemas como a criminalidade. Juntando estes dois fatores, o ex-governador acaba nadando de braçada.”

Professor de ciência política da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Jorge Almeida diz que a volta desses políticos se torna mais fácil porque atuais gestores “não representaram ruptura nem jeito novo de governar”.

E cita como exemplo a campanha da Bahia, pautada pela comparação dos oito anos do governo Jaques Wagner (2007-2014) contra os oito anos de Paulo Souto (1995-1998 e 2003-2006). “A disputa é meramente numérica sobre quem investiu mais em educação ou fez mais hospitais. A política ficou em segundo plano.”

RECORDE

Dos nove ex-governadores favoritos segundo as pesquisas, oito são líderes isolados. Caso o cenário dos levantamentos se concretize, esta será a eleição com o maior número de ex-governadores eleitos nos últimos 20 anos.

O atual recorde foi nas eleições de 1994, quando ex-governadores voltaram ao comando de cinco Estados. Essa tentativa de volta ao poder, porém, pode esbarrar no histórico de problemas na Justiça de alguns deles.

Dois, por exemplo, encerraram seus governos cassados –Cunha Lima, Marcelo Miranda (PMDB-TO). No DF, José Roberto Arruda (PR-DF) era candidato a governo até a semana passada e liderava a disputa. Saiu do pleito, porém, depois que sua candidatura foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Arruda chegou a ser preso, assim como o ex-governador Waldez Góes (PDT-AP). Neudo Campos (PP-RR), que também passou por prisão, teve a candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa e colocou a mulher no lugar na última sexta-feira (12).

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