Candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff reiterou nesta quarta-feira (10) que, na avaliação dela, não é necessário dar autonomia do Banco Central. Em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, a petista afirmou que há diferença entre o governo ouvir os bancos e deixá-los conduzir a política monetária brasileira.
“Nós não achamos necessário autonomia do Banco Central. Ela [Marina Silva] diz que eu corroeria a autonomia do Banco Central. Cada setor deve ser escutado, ouvido e seus interesses considerados legítimos, quaisquer setores, inclusive os bancos. Entre isso e eu achar que os bancos podem ser aqueles que vão garantir a política monetária, fiscal e cambial vai uma diferença”, disse Dilma na entrevista da residência oficial.
Nesta quarta, durante ato político em São Paulo, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou que a autonomia do Banco Central foi “corroída” pelo governo Dilma. Na véspera, rebatendo críticas do PT ao fato de a herdeira de um banco ser uma das coordenadoras da campanha presidencial do PSB, Marina afirmou que Dilma criou a “bolsa banqueiro”.
“Disseram que eu criei uma bolsa juros, uma bolsa banqueiros. […] Eu não criei bolsa banqueiro e também nunca recebi bolsa banqueiro. Não recebi e não paguei, são duas coisas”, alfinetou a presidenciável do PT.
Na entrevista do Alvorada, Dilma disse ainda que, enquanto o atual governo criou mais de 5 milhões de empregos após a crise internacional, as gestões anteriores reduziram vagas de emprego e direitos sociais. “E a mim parece que estão querendo aplicar aqui no Brasil o que não está dando certo no mundo, que é a política recessiva aberta”, enfatizou.
‘Desaceleração’
Em meio à coletiva, a presidente da República foi questionada sobre era ruim o fato de a agência de classificação de risco Moody’s ter alterado a nota do Brasil de “estável” para “negativa” nesta terça (9). A petista disse que obviamente o diagnóstico era ruim, já que ela gostaria que o país estivesse crescendo a uma taxa de 10% ao ano. Em termos de crescimento, sou a pessoa que mais quererá crescer”, enfatizou.
Segundo a chefe do Executivo, o Brasil está em fase de “desaceleração”, mas ela disse ter certeza que a situação vai melhorar. “Nós estamos discutindo agora modelos de enfrentamento da crise, e não é possível se comportarem no Brasil como se não houvesse crise internacional”, disse.
G1