Ricardo é bombardeado por adversários no debate da Correio e não consegue defesa segura

Por Eliabe Castor

debate rctv 2

O governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), ficou nitidamente acuado no debate promovido na noite de ontem (08). Sempre questionado por possíveis perseguições políticas patrocinadas pelo seu governo, o socialista, em uma das suas falas criticou os demais postulantes por utilizarem sempre “dessa tônica”, não havendo sucesso no seu protesto, pois, ao longo dos três blocos do programa, em nenhum momento o pessebista teve relativo sossego.

Apesar das suas tentativas de expor bons números, Ricardo Coutinho logo era questionado e até ironizado pelos oponentes, como foi o caso dos números apresentados pelo atual governador sobre a suposta diminuição do índice de violência na Paraíba. “Pergunte ao ministro da Justiça”, explanou o socialista. Na réplica, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), em tom de brincadeira, lembrou que, para o cidadão comum, ter acesso a uma autoridade governamental é quase impossível, para em seguida afirmar que os números apresentados pelo atual chefe do Executivo paraibano são puramente “inventados”.

Assuntos como violência, falta de diálogo com o funcionalismo público, baixo efetivo das políticas Civil e Militar, educação de má qualidade, escândalos no Hospital de Trauma de João Pessoa, falta de obras estruturantes no Estado se tornaram telhado de vidro para Ricardo Coutinho, que não conseguiu estancar as críticas.

As críticas, sempre as mesmas, mostram que Ricardo Coutinho, em algum momento, perdeu o controle da governabilidade pacífica, justamente por não ter ouvido, em muitos momentos, o chamado da população, preferindo uma blindagem frágil entre prefeitos e outras lideranças políticas do Estado.

Agora essa blindagem se mostra insuficiente para agüentar a artilharia pesada dos oponentes. E pior: com os recentes choques com o poder Legislativo, mais elementos se formam para uma  combustão de denúncias, o que não é bom para nenhum governo, especialmente em vésperas de eleição. Já Vital do Rêgo (PMDB) buscou um discurso mais brando e seguiu a linha de mostrar suas propostas e eu desempenho no Senado, o que, a meu ver, não lhe concedeu pontos substâncias no quesito votos.

Quanto aos  “menores”, Antônio Radical (PSTU), Tárcio Teixeira (PSOL) e Major Fábio (PROS), não houve surpresas. Todos  ficaram orbitando na polarização criada entre Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima e, quando acionados, questionavam as políticas públicas dos dois enquanto gestor e ex-gestor do Estado da Paraíba. Contudo, não foi sentido abalo sísmico que pudesse desestruturar os que lideram as pesquisas.

Eliabe Castor