Rejeição à Dilma cai em todos os segmentos

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Comparando as duas últimas pesquisas Ibope de abrangência nacional, a do dia 25 de agosto e a do dia 2 de setembro, encontro notícias bastante favoráveis à reeleição de Dilma Rousseff. Reeleição é como um plebiscito. A população decidirá se a presidente merece ou não um novo mandato. Por isso, os números de rejeição tem um papel fundamental numa análise  política sobre as chances de um candidato à reeleição.

Eu preparei uma tabela com os números da rejeição à Dilma nas últimas duas pesquisas, onde se constata que a situação da presidenta melhorou substancialmente.

Em 25 de agosto, 36% dos entrevistados diziam que não votariam nela. Qualquer número muito acima de um terço dos eleitores traz perigo para a reeleição de um candidato.

Com 31%, Dilma sai da zona de perigo.

Mais importante, ela conseguiu diminuir sua rejeição em todos os segmentos de renda, faixa etária, escolaridade, regiões.

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Na parte de aprovação pessoal, nota-se uma forte recuperação de Dilma, em todos os segmentos pesquisados. Dilma não é uma presidente mal avaliada. Seu problema é apenas com os mais ricos.

Entre os pobres, pardos, pretos, católicos, nordestinos, ela tem uma excelente avaliação.

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A candidatura de Dilma tem algumas características interessantes. Ela, por exemplo, tem um forte perfil popular. Entre os mais pobres, que ganham até 1 salário, Dilma mantém uma distância olímpica de 22 pontos de distância de Marina.

O problema é que, no Brasil de hoje, os segmentos que ganham mais de 5 salários formam um eleitorado um pouco mais numeroso que o que ganha 1 salário. Ao menos nas estatísticas do Ibope.  Junto a esses, Marina lidera, com 9 pontos de diferença sobre Dilma.

Ligado à questão de classe, nota-se uma certa divisão racial no eleitorado: entre pretos e pardos (maioria do eleitorado), Dilma tem uma vantagem de 8 pontos.  Entre brancos, a vantagem é de Marina, quatro pontos à frente.

Tanto Aécio quanto Marina tem uma votação acima da média entre brancos, e abaixo, entre pardos e negros.

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Um aspecto algo perigoso dessa eleição é a interferência do fator religioso.

Marina ganha apenas entre evangélicos, entre os quais possui 43% das intenções de voto, contra 32% de Dilma.

Entre católicos, Dilma tem 40%, contra 31% de Marina.

A petista tem um problema a resolver junto ao eleitorado mais jovem, até 24 anos. É o única faixa etária na qual Dilma perde de Marina no primeiro turno, com apenas 4 pontos de diferença.

Dilma abre vantagem crescente a partir do eleitorado com mais de 35 anos. Entre os que possuem mais de 55 anos, a presidente fica 10 pontos à frente de Marina Silva.

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Dilma também leva vantagem significativa entre pessoas menos escolarizadas, as quais, ironicamente, são as mais “blindadas” às ondas de denúncia da mídia. Apesar de relativamente atentas ao noticiário de TV, esse público costuma votar com o “estômago”, o que é, aliás, uma maneira bastante madura e inteligente de votar. As classes mais abastadas gostam de pensar que votam com ideologia, mas no fundo também votam com seu estômago: afinal, querer impostos menores não é querer mais dinheiro para comer bem?

Dilma tem 50% entre pessoas com até 4ª série, contra 25% de Marina Silva.

Outra vantagem bastante promissora de Dilma se dá na vantagem junto ao público masculino, onde ela abriu uma diferença de oito pontos sobre Marina. Entre o público geral, a diferença é de apenas 4 pontos.

Eu analiso pesquisas há várias eleições, e detectei que o homem escolhe antes o seu candidato, e sua opção indica uma tendência geral.  Não porque a mulher irá “seguir” o voto masculino, mas porque a racionalidade do voto obedece a perfis de classe, onde homem e mulher votam no mesmo candidato.  Quando a mulher decide votar, a tendência é votar no mesmo candidato preferido pelos homens de sua própria classe social e grau de instrução, não para copiar o homem, repito, mas por afinidade natural de classe e instrução.

Na última pesquisa, encerrada no dia 2 de agosto, Dilma tinha 39% entre os homens (1º turno), contra 31% de Marina.

 

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