Se concordar com um candidato, tenha ele 30 ou 0,01 por cento nas pesquisas, é nele que vou votar, sem pensar duas vezes

O que é o voto útil?

Por Felipe Schulman é um estudante paulistano e tem 17 anos

Meu voto é precioso para mim. Pode ser ilusão, ou mesmo ingenuidade, mas sinto que meu voto conta, mesmo sendo apenas um, misturado em milhões. Por isso não quero desperdiçá-lo.

As pesquisas indicam Marina e Dilma na cabeça da fila. Conversando com amigos que preferem Aécio, o terceiro colocado, vejo que alguns pensam em transferir seus votos para as duas candidatas que estão na ponta.

Eleitores que até poderiam votar nos “nanicos” também estariam indo na direção da Dilma ou da Marina. Qual a lógica desse “passeio do voto”?

Será que a vitória na eleição é mais importante que a escolha de um candidato de preferência do eleitor, um candidato com o qual ele tenha afinidade e com o qual ele concorde?

Será que ele deve votar no “menos pior” e no que representa o “mal menor”? Ou deve votar para impedir a vitória deste ou daquele partido? Ou seja, para que realmente serve o voto?

Será que ele realmente serve para alguma coisa?

Acho que o voto não deveria ser encarado como algo que teria serventia para “alguma coisa”, mas, sim, como um exercício de cidadania. Em si, o voto serve para eleger os candidatos.

Entretanto, no nível individual, não deveria ter como objetivo apenas a vitória, mas a realização de um dever moral e ético. O voto “útil”, ou seja, aquele que desvia dos ideais pessoais para atingir uma meta pragmática, pode até ser correto no ponto de vista do jogo eleitoral, mas foge do princípio ético da democracia.

Votarei em um mês pela primeira vez. Ainda não decidi em quem, mas sei de uma coisa: se concordar com um candidato, tenha ele 30 ou 0,01 por cento nas pesquisas, é nele que vou votar, sem pensar duas vezes.

Felipe Schulman é um estudante paulistano e tem 17 anos