O procurador-chefe do Ministério Público Federal, Rodolfo Alves, disse que o órgão investigará as denúncias de compra de apoios de deputados estaduais pelo governo da Paraíba.
Em entrevista a Rádio Sanhauá, ele disse que pedirá a gravação da sessão realizada ontem na Assembleia legislativa da Paraíba para verificar se houve quaisquer tipos de declarações ou aspectos de campanha eleitoral para análise antes de decidir se há material suficiente para ingressar com ação na justiça eleitoral.
O procurador afirmou que existe “uma multiplicidade de condutas e fatores, a propaganda eleitoral tem demandado mais cuidado e mais demandas para o Ministério Público”, explicou. Ele afirmou que o alto número de ações é normal e afirmou que não há um parâmetro para atestar se há mais litígios no pleito deste ano em relação aos anos anteriores, “mas temos a internet e os novos meios trazem uma multiplicidade de propagandas”.
“os candidatos vão mudando a forma de fazer campanha e fazer propaganda e agora pela manhã falamos no Tribunal Regional Eleitoral sobre o envelopamento de carros e as carreatas que tem sido motivos de preocupação para MPF”, disse.
Rodolfo Alves falou ainda sobre as avaliações do uso de servidores públicos em campanha política, ele disse que “o MPF ainda está coletando material testemunhal e outros elementos documentais que venham comprovar ou não o desvio de funcionalidade do servidor público” e complementou dizendo que o órgão é rigoroso nessa análise para evitar que o MP ingresse com ações infundadas.
Questionado sobre a compra de votos de eleitores, o procurador disse que o caso é delicado porque as duas partes estão agindo errado e é necessário ter provas concretas porque “muitas vezes a palavra da testemunha ou da pessoa que vendeu o voto não é considerado prova porque também caracteriza crime e as representações sem provas irrefutáveis acabam dificultando o processo e muitas ações são indeferidas, mas muitas pessoas que têm acesso a essas informações acabam denunciando os casos de crime de compra de votos informam à imprensa, mas não procuram o Ministério Público e nós não somos onipresentes”, explicou.
Sobre os 31 dias finais de campanha eleitoral, o procurador disse que haverá intensificação na fiscalização da propaganda eleitoral e afirmou que algumas denúncias estão sendo apuradas e algumas condutas ilícitas estão sendo investigadas e “há possibilidade de punição para quem estiver agindo errado, independente de quem seja”.
“Queremos a evolução do processo eleitoral e não é possível que isso aconteça sem a contribuição do destinatário final, o eleitor precisa saber quanto vale e tem que refletir sobre seu voto e depositar a sua consciência naquilo que acredita de verdade”, finalizou.
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