Na TV, programa de Dilma compara Marina a Collor e Jânio Quadros

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Um dia depois do debate promovido por SBT, Folha, UOL e Rádio Jovem Pan, a única candidata a repercutir o assunto no horário eleitoral gratuito foi Dilma Rousseff (PT), que dedicou grande parte de seu tempo da TV para criticar Marina Silva (PSB) sobre sua fragilidade na base de apoio político. O PT partiu para o ataque contra a candidatura da ex-senadora. Um locutor em off questionou a capacidade de Marina governar e chegou a compará-la a um salvador da pátria: “Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do partido do eu sozinho”. Enquanto isso, apareciam na TV fotos do ex-presidente Jânio Quadros (que renunciou) e uma manchete de jornal que cita o impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

“Numa democracia ninguém governa sem partidos. Ninguém governa sozinho. A base de apoio de Marina Silva tem hoje 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo 129. E uma emenda constitucional? 308. Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar”, disse o locutor.

Dilma também questiona a capacidade de Marina:

— Candidata, sem apoio no Congresso Nacional não é possível assegurar um governo estável, um governo sem crises institucionais — afirmou a presidente na imagem de arquivo do debate desta segunda-feira.

Já Aécio Neves (PSDB) declarou disputa direta a Dilma, afirmando que a presidente e candidata à reeleição não fez nada pela educação e saúde nos quatro anos em que está no poder. O ex-governador de Minas Gerais repetiu o discurso que fizeram pela manhã na rádio: “Você que quer mudança tem dois caminhos: a Marina e eu. Eu respeito a Marina, é uma pessoa com boas intenções” disse Aécio, fazendo uma ressalva: “Mas ela não tem força política. É preciso escolher quem está preparado para fazer o que Dilma não fez”.

Enquanto Dilma e Aécio faziam críticas, Marina aparecia defendendo uma “atitude ética, sem ataques” na disputa eleitoral. A candidata do PSB citou Eduardo Campos — morto em um acidente de avião em agosto — ao falar sobre a educação: “Pernambuco tem mais escolas em tempo integral do que Rio de Janeiro e São Paulo juntos”. Ela ainda se comprometeu a pensar na saúde de forma total, com hospitais, medicamentos e exames, dedicando 10% da arrecadação brutal para a pasta.

Com um tempo mais longo na propaganda eleitoral, Dilma ainda teve a oportunidade de sugerir uma mudança na Constituição para que o governo federal tenha mais acesso à segurança pública, como o que foi feito na Copa do Mundo por meio dos Centros de Controle Integrados. A candidata ainda minimizou as notícias de que o Brasil passa por uma recessão técnica, dizendo que os números divulgados pela imprensa não retratam a situação real da economia, mas um quadro momentâneo.

O Globo