Paraibanos desconhecem plebiscito sobre reforma política

Reforma política

Os paraibanos começaram ontem a votar no plebiscito popular sobre a realização da Constituinte Exclusiva e Soberana da Reforma Política. Muitas pessoas não estavam a par da realização da consulta. Porém, depois de abordados por militantes de movimentos sociais, vários cidadãos interessados pelo tema foram às urnas. Na Paraíba, o objetivo é reunir 300 mil votos a favor da proposta. A coordenação do movimento vai intensificar a divulgação até 7 de setembro, quando termina o prazo para o pleito.

O integrante do Comitê Estadual do Plebiscito Popular, Luciano Bezerra, confirmou que esta semana a coordenação vai reforçar a divulgação da consulta popular. “Muitas pessoas já estão sabendo, mas a nossa perspectiva é ampliar a divulgação. Para isso vamos aumentar as informações além das ONGs, associações e entidades. Estamos procurando a mídia também para buscar esse apoio”, afirmou.

O vendedor Eduardo dos Santos Silva, de 24 anos de idade, é uma das pessoas que não estava a par do plebiscito popular. “Eu não estou sabendo disso não. Eu concordo que o financiamento de campanha deve ser igual para todo mundo (candidatos). Se não, quem tem mais dinheiro sempre vai ganhar (a eleição). Eu mesmo votaria a favor (no plebiscito)”, garantiu.

A coordenação do plebiscito na Paraíba terá muito trabalho pela frente para convencer pessoas que sequer pretendem ouvir falar em assuntos ligados à política. É o caso da dona de casa Josilene Francelina da Silva, 34. “Eu não estava sabendo. Mas para mim tanto faz. Eu queria mesmo é que mudasse esse horário político (guia eleitoral), porque é muito estressante”, reclamou.

Outra que parece não se importar com a reforma política é a estudante Jéssica Rodrigues, 24. “Eu não estava sabendo e também não tenho nenhum interesse no plebiscito”, resumiu.

Mas a esperança do Comitê Estadual é naqueles cidadãos que se interessam pelo tema da Reforma Política, a exemplo da enfermeira Maria de Fátima Bernardo, 46. “Eu acabei de passar (pelo local de votação) e olhei. Fiquei interessada e votei porque quero ver esse País mudar. Do jeito que está aí não me agrada, pois somos atingidos (pelo atual sistema político) em tudo”, enfatizou.

O aposentado João Batista Magalhães, 68, ficou sabendo do plebiscito por meio de pessoas ligadas à pastoral da Igreja Católica. “Estou plenamente de acordo com o plebiscito. É algo urgente”, ressaltou.

A educadora Fernanda Soares de Lima, 27, disse que trabalha durante todo o dia e tem pouca oportunidade de acessar o noticiário. Por isso, ficou sabendo do plebiscito no momento em que passava pelo Parque Solon de Lucena. “Eu acredito que é necessário sim existir uma reforma geral”, destacou.

Urnas

Na Paraíba, o plebiscito popular sobre a realização da Constituinte Exclusiva e Soberana da Reforma Política conta com 111 urnas, espalhadas em 32 municípios. Na Capital, esses locais estão instalados nos lugares de maior circulação de pessoas, a exemplo do Parque Solon de Lucena e Terminal de Integração.

A votação no Interior será feita nas cidades que polarizam regiões. Há ainda pontos em municípios que formam a Grande João Pessoa, como Bayeux e Santa Rita. As urnas foram colocadas em locais como Parque Solon de Lucena, Terminal de Integração e Superintendência de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU), mercados públicos, feiras livres, escolas, universidade, igrejas, sindicatos, shopping, ONGs e entidades.

Mais de 200 movimentos sociais, distribuídos em 1.500 comitês por todo o Brasil.

Correio da Paraíba