A lógica de Zé Maranhão

Por Heron Cid

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Pensando bem, trabalhar para desmantelar a aliança PT/PSB não é um bom negócio para o ex-governador José Maranhão, líder na corrida ao Senado da República na Paraíba. Enfrentar dois concorrentes é uma estratégia bem mais lucrativa para um candidato com o perfil e capilaridade estadual de Maranhão.

Dono do maior recall disparado entre todos, Maranhão pode até se dar o luxo de se manter até o fim da campanha com o mesmo tamanho em preferência popular, sem crescimento, que ainda assim contará com a vantagem adicional de ver os seus dois adversários dividindo os votos entre si.

Como a eleição para o Senado não é de dois turnos, basta para Maranhão ter um voto a mais que Wilson Santiago ou Lucélio Cartaxo, ambos por enquanto bem atrás do ex-governador, este com a confortável tarefa de ao menos segurar a atual condição e não permitir ascensão dos adversários.

Se, ao contrário do cenário posto, Maranhão estivesse enfrentando apenas um candidato, a coisa poderia entornar para o lado do ex-governador do PMDB. A polarização não lhe favoreceria muito porque certamente, seja qual fosse, o adversário se fortaleceria a partir do seu candidato a governador e cabo eleitoral.

Esse “quadro” já foi avaliado internamente pela cúpula maranhista que, de uns tempos pra cá, passou a desacelerar na peleja contra a coligação PT/PSB e amornar o ímpeto de lutar para ver seu fim na Justiça Eleitoral.

Agem de forma calculada e estratégica. Pra quê tirar do caminho um adversário (Lucélio) cuja presença no front atrapalha mais outro adversário (Wilson Santiago)? É mais ou menos assim que andam confabulando as cabeças pensantes e ‘operantes’ do maranhismo.