OS SERVIDORES, O FÓRUM E O DEBATE

POR PAULO SANTOS

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No meio do tumulto político provocado pela campanha eleitoral, acima da mediocridade do discurso dos políticos e jogando no lixo o peleguismo que sempre norteou a relação dos servidores públicos estaduais da Paraíba com o poder, realiza-se nesta terça-feira (26) um debate proposto por entidades representativas dos funcionários com os candidatos ao Governo do Estado.
Nessas décadas em que atuo no jornalismo não tenho notícia de algo parecido, aqui ou alhures. Não há informações de que jamais, em tempo algum, nunca dantes neste país, houve um aglomerado de siglas representativas de servidores públicos dedicado a fazer valer seus direitos e atuar ostensivamente por suas causas.


Há males que vêm para o bem. Não fossem os arranca-rabos do Governo do Estado com diversas categorias profissionais – agentes fiscais, médicos, professores, defensores públicos, procuradores e policiais militares, entre outros – e essa iniciativa não seria sequer cogitada, com cada qual lutando isoladamente por seus interesses.
O chamado “Fórum dos Servidores Públicos” ultrapassou as fronteiras do sindicalismo puramente reivindicatório e assumiu visível posição de trincheira da ampla discussão, do ilimitado poder de contestação ao desprezo com que os servidores públicos estaduais foram tratados nos últimos tempos.
Mas o auge dessa atuação deve acontecer na noite desta terça-feira quando começar o primeiro debate entre candidatos ao Governo do Estado patrocinado pela entidade. A depender do formato que for adotado pode asfaltar os caminhos daquele que for eleito em outubro (ou novembro) pois deixando como imorredouras as propostas que o próximo ocupante da principal cadeira do Palácio da Redenção fará ao expressivo contingente dos – como eram carinhosamente chamados antigamente – “barnabés”.
O Fórum dos Servidores se comporta como polo aglutinador do contingente de resistência ao Governo, não tem medo de abrir o guarda-chuva para os políticos que enfrentam todos os petardos oficiais nem esfarela a disputa eleitoral dando espaços para provocações, mas às vezes enveredando pela ironia e pelo deboche para afugentar a impressão de que uma instituição nova só pensa com sisudez. Ser sisudo não é sinônimo de ser sério.