Só pra lembrar: Marina Silva já tinha marcado data para abandonar Eduardo Campos

Dener Giovanini

marinaedurdo

 

O estilo desagregador, prepotente e arrogante de Marina Silva, que deixou um rastro de

intrigas, desconfianças e desarmonia em suas passagens pelo PT e pelo Partido Verde, já

tinha data para voltar a mostrar suas garras: em nota oficial publicada no dia 26 de

junho, a Rede Sustentabilidade (o grupo que segue Marina) deixou clara as suas

intenções:

4. A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede obtenha seu

registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos meses, seus

militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de

origem sem o risco de qualquer tipo de sanção partidária.

5. Portanto, os militantes da Rede têm data para deixar o PSB,

conforme o compromisso firmado entre os partidos no final do ano.

É óbvio que ninguém, até então, poderia imaginar a reviravolta que aconteceria no

quadro sucessório presidencial com a tragédia que se abateu sobre a candidatura

de Eduardo Campos. A morte do então candidato do PSB derrubou o tabuleiro do

xadrez político no chão. O jogo vai recomeçar do zero a partir de agora.

Marina Silva e sua “Rede” talvez tenha sido a pior jogada de Campos em toda a

sua carreira política. Ele acreditou que Marina daria um grande impulso à sua

candidatura, o que de fato não ocorreu. Talvez Eduardo, assim como tantas outras

pessoas do mundo político, enxergasse nos quase 20 milhões de votos que Marina

Silva obteve nas últimas eleições presidenciais um sólido patrimônio político. Foi

um grande erro.

O patrimônio político de Marina Silva era tão sólido como fumaça. Seus 20

milhões de votos não lhe credenciaram sequer para construir seu próprio partido.

Ela não conseguiu o número de assinaturas necessárias para obter o registro da

Rede junto ao Tribunal Superior Eleitoral e, tão pouco, conseguiu impulsionar o

nome de Eduardo Campos para chegar pelo menos aos dois dígitos de intenção de

voto para a eleição de outubro.

Não bastasse tamanha desilusão, Marina Silva e sua Rede tiraram de Eduardo

Campos apoios importantes, especialmente em colégios eleitorais fundamentais,

como Rio de janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A intransigência e a

incapacidade de articulação de Marina Silva subtraíram de Eduardo palanques e

alianças que poderiam ajuda-lo a tentar chegar ao segundo turno. Obviamente

ninguém do PSB admitirá publicamente esse equivoco que foi a escolha da Marina

como vice. Mesmo no Partido Verde, onde ela deixou um rastro de intrigas e

desarmonia, quase levando o partido a desintegração absoluta, ninguém fala

publicamente sobre isso.

Marina Silva quer um partido pra chamar de seu. Para mandar e impor seu

messianismo “sonhático”. E o bote está se armando sobre o PSB.

Caso o partido de Eduardo Campos decida pela substituição do nome dele pelo de

Marina estará apenas repetindo os erros do PT e do PV. Entregar o comando do

partido a uma candidata desagregadora e com um histórico tsunâmico será o

caminho mais curto para enterrar a história do PSB. Os sonháticos de Marina

farão cair sobre os dirigentes do Partido Socialista Brasileiro a escuridão dos

pesadelos de uma noite sem fim.