O comentário no “Jornal da CBN” analisou a possibilidade de escolha da ex-senadora Marina Silva para substituir Eduardo Campos como candidata à Presidência da República pelo PSB. Em respeito à família e sob o impacto da tragédia recente, Marina e o partido ainda não se manifestaram sobre o tema. Há nos bastidores do PSB e de seus partidos aliados a percepção de que Marina seria a substituta natural.
Campos e Marina estavam muito próximos. Construíram uma parceria sólida nos últimos dez meses. Apesar das previsões de que brigariam durante a campanha por diferenças de trajetórias e ideias, isso não aconteceu. Ele chegou a mudar propostas do partido para selar a aliança com Marina e dar a ela um papel de destaque na chapa. Ela o acompanhava em quase todos os principais compromissos de campanha.
Mas há resistências dentro do PSB e da Rede Sustentabilidade que precisam ser resolvidas. Campos era o presidente e o principal nome do PSB. A legenda apostou nele, deixando nomes como Ciro Gomes, que sairia da legenda, em segundo plano. Havia todo um projeto construído em torno de Campos. Marina ingressou no partido para engrossar esse projeto, como ela mesma afirmou. Campos deu poder a sua vice e falava sempre em um governo Eduardo-Marina.
O PSB não tem nomes com expressão eleitoral em seus quadros. Será difícil dizer não a Marina. Mas ela terá que saber compor internamente. Como opção para vice, Marina poderá contar com o vice-presidente Roberto Amaral, que tem simpatia pelo PT. Amaral tem influência sobre a máquina partidária. Marina precisará de habilidade para conduzir essa engenharia política.
Com Marina na disputa, o PSB teria a oportunidade de manter seu projeto alternativo de pé. Também aumentariam as chances de haver segundo turno. A candidatura da ex-senadora ameaçaria a posição de Aécio Neves (PSDB) como principal nome da oposição. Eduardo Campos esperava quebrar a polarização entre PT e PSDB durante a campanha. Marina tem condição política de levar este projeto adiante.
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