Faltando dez dias para o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, há uma expectativa no mercado político

Na reta final, por Merval Pereira

 Merval Pereira, O Globo

Faltando dez dias para o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, há uma expectativa no mercado político que se reflete no financeiro e justifica resultados como a queda da Bolsa em consequência do resultado da mais recente pesquisa divulgada pelo Ibope. O fato de o candidato do PSDB Aécio Neves não ter tido um crescimento fora da margem de erro decepcionou os especuladores, que já temem a resiliência da candidatura da presidente Dilma à reeleição.

As análises internas das campanhas oposicionistas também levam em consideração essa resistência da candidatura oficial para reavaliar posturas e organizar seus “exércitos” para a parte final da campanha, que terá apenas cerca de dois meses. Não há ainda uma certeza sobre a frieza da campanha eleitoral, se ela representa um amadurecimento do eleitorado ou uma rejeição ao mundo político tal nós o conhecemos. No primeiro caso, tudo entrará nos eixos nos próximos dias quando a propaganda oficial estiver em ação.

Ao contrário, se a falta de empolgação do eleitorado com a campanha representar um repúdio à maneira como a política é feita no Brasil, o número de votos em branco e nulos será maior do que o normal, e será difícil definir se os votos válidos poderão definir o final da disputa no primeiro turno com a vitória de Dilma, apesar da rejeição verificada à sua candidatura e à baixa aprovação ao seu governo. Seria uma vitória da máquina partidária sobre o sentimento geral do eleitorado que, mal informado ou desanimado, não votará e acabará elegendo quem rejeita. Os principais candidatos da oposição, senador Aécio Neves do PSDB e ex-governador Eduardo Campos do PSB, terão que falar mais do futuro do que do presente para chamar a atenção dos eleitores desanimados se não quiserem perder a eleição mais possível de ganhar nos últimos 12 anos de petismo.

 

Aécio Neves, Eduardo Campos e Dilma Rousseff