Em caso parecido com o da PB, TRE do Amazonas rejeita petição da Executiva Nacional do PT

POR JOSIVAL PEREIRA

Em caso parecido com o da PB, TRE do Amazonas rejeita petição da Executiva Nacional do PT

Em caso parecido com o da Paraíba, o Tribunal Regional do Amazonas (TRE-AM) rejeitou petição da Executiva Nacional do PT com decisões em relação a candidaturas naquele Estado. Por unanimidade, o TRE-AM entendeu que a direção nacional petista não tinha interesse de agir no caso e manteve a decisão da convenção local lançando uma candidatura ao Senado, a de Francisco Praciano.
No caso do Amazonas, a direção nacional do PT também determina coligação com o PMDB, que tem o senador Eduardo Braga como candidato. Lá, o PT quer apenas lançar um candidato a senador. Por isso, não deseja a coligação com o PMDB.


Outra diferença é que no Amazonas o Diretório Estadual já está sob intervenção. No entanto, a Justiça Eleitoral, no processo, entendeu que não foi apresentado ato formal provando a intervenção. Por isso, manifestou o entendimento de que a Executiva nacional não tinha interesse de agir.
O caso da Paraíba tem diferenças. A Executiva Nacional tenta impedir uma coligação do partido sem intervenção no diretório local. Anula apenas a convenção estadual. Contudo, um desses dois entendimentos da Justiça Eleitoral do Amazonas pode funcionar aqui – a da ausência de um ato formal intrapartidário, que é o principal argumento de defesa do PT da Paraíba.

Recurso a Brasília
A Executiva Nacional do PT já tem uma reunião marcada na quarta-feira para analisar os casos do Amazonas e o da Paraíba, na expectativa de que o TRE-PB decida até lá o caso da proibição de coligação com o PSB.
Integrantes do diretório do PT da Paraíba fazem um movimento interno para que a Executiva Nacional não apresente recurso ao TSE caso a decisão da Justiça Eleitoral da Paraíba seja contrária à intervenção.
Veja, a seguir, a notícia sobre a decisão da Justiça Eleitoral amazonense publicada no portal Atual:

TRE rejeita petição do PT nacional e registra candidatura de Praciano
Juiz relator argumentou que no processo não houve “interesse de agir” do Diretório Nacional do PT, que não provou o que alegava

MANAUS – O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas rejeitou, por unanimidade, na tarde desta sexta-feira, a petição do Diretório Nacional do PT para que fosse negado o registro de candidatura de Francisco Praciano (PT) ao Senado, pela coligação “Renovação e Experiência”. No mesmo julgamento, o TRE concedeu registro de candidatura a todos os candidatos da coligação liderada pelo senador Eduardo Braga (PMDB), que concorre ao Governo do Amazonas.
A advogada do PT Nacional, Gláucia Correia, ingressou com uma petição no início deste mês para que o TRE negasse “qualquer tentativa de registro que viole as diretrizes fixadas pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores”. No documento ela comunicava ao TRE que as diretrizes nacionais fixadas para a formação de coligação no Estado do Amazonas foram, “de forma flagrante e inexplicável, descumpridas pelo Diretório Regional do PT-AM”, e que a instância estadual do partido estava sob intervenção.
O relator do processo no TRE, juiz Affimar Cabo Verde Filho, votou pelo não conhecimento da ação, por considerar que não havia interesse de agir do Diretório Nacional e que o partido não adotou as providências necessárias para provar a consistência do pedido de impugnação da candidatura do deputado Francisco Praciano.
Essa tese também foi defendida pelo advogado da coligação Marco Aurélio Choy. Segundo ele, apesar de o PT afirmar que o Diretório Estadual estava sob intervenção, não houve qualquer ação formal do Diretório Nacional neste sentido. “Não houve intervenção”, disse. Choy também argumentou, na sustentação oral durante o julgamento, que não houve ato da Executiva Nacional do PT para anular a convenção partidária realizada no Amazonas e que decidiu lançar Praciano candidato ao Senado. “Como não houve qualquer ação nesse sentido, a convenção não perdeu a validade, portanto, não há qualquer irregularidade no pedido de registro de candidatura”, afirmou o advogado.
O procurador regional eleitoral Jorge Luiz Ribeiro de Medeiros, também rejeitou o pedido do Diretório Nacional do PT e opinou pelo indeferimento da petição. O voto do relator foi acompanhado por todos os juízes eleitorais.

Praciano comemora

O candidato Francisco Praciano, que está em visita a municípios do Alto Solimões, comemorou a decisão unânime do TRE em favor da candidatura dele e disse que agora vai se dedicar ainda mais ao diálogo com o eleitor, como já vinha fazendo desde o dia 5 de julho. “A decisão do TRE frustra aqueles que não queriam uma disputa eleitoral no voto”, disse o deputado, ao receber a notícia da decisão.
O presidente do PT, Valdemir Santana, que acompanhou o julgamento, disse que a decisão do TRE prova que o Diretório Estadual cumpriu todas as etapas do processo de escolha dos candidatos estabelecidas pelo partido e as exigências da legislação eleitoral. “Nós estamos cientes de que não fez nada irregular e o TRE reforça essa tese”.
Agora, segundo Santana, o PT vai intensificar a campanha que já vinha sendo feita para eleger Praciano senador. “Nós já estamos na campanha há muito tempo e agora vamos tentar ganhar e eleição”.

por Josival Pereira