Cássio silenciou quando as escolas foram fechadas, quando servidores foram demitidos

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Como era antes

Por Larte Cerqueira

Cássio disse, em várias ocasiões, que o estado precisava de uma gestor eficiente como Ricardo. Que a administração de RC era moderna e necessita continuar para que a Paraíba desse um “salto de desenvolvimento”. Cássio indicou para o governo socialista seus melhores escudeiros, auxiliares de primeira linhagem. Cássio silenciou quando as escolas foram fechadas, quando servidores foram demitidos. Foi complacente e também omisso se comportar daquele jeito. Mas a perspectiva de poder, de voltar a ser o dono da caneta, o fez encontrar em Ricardo todos os defeitos que ele sabia existir. Agora, a pouco mais de dois meses da eleição, Cássio se revela a oposição ferrenha que um dia fora com Maranhão. Volta a usar sabiamente o dom da oratória para fazer do ex-aliado o inimigo do povo paraibano.
Por sua vez, Ricardo, sob forte ameaça de perder o trono, deixa para trás todos os afagos feitos aos Cunha Lima, que até um dia desses era, para ele, a família que tinha dado uma contribuição maravilhosa ao desenvolvimento do estado. Em 2010, Ricardo fez todo “coletivo girassol” , inclusive os mais radicais, aceitar Cássio. Conseguiu encontrar justificativa para dizer que havia excelentes motivos para se aliar a um governador cassado. Mas era a salvação do seu projeto de poder. É bom lembrar que, antes de se encantar e se lambuzar com capital eleitoral de Cássio, em 2010, RC fazia severas críticas a Cássio quando usava, bravamente, a tribuna da Assembleia Legislativa. Com palavras flecheiras “esculhambou” o que ele dizia ser a política do atraso.
Agora, tudo volta a ser como era antes. O velho discurso é adaptado para uma nova conjuntura. Cássio, agora ameaçador, volta a ser desenhado por Ricardo como o político cassado, que tem honestidade duvidosa e que deixou uma herança maldita. Ricardo, agora perseguidor, é desenhado por Cássio como incompetente, ditador e que acabou com os “laços” entre governo e sociedade. A campanha está só começando e há muito o que se explicar.

Sem explicação

Ainda está sem explicação o pedido de demissão coletiva na Emlur. A decisão de nove servidores foi depois que o ex-superintendente, Anselmo Castilho, foi exonerado e substituído por Lucius Fabiane. Anselmo disse que os servidores eram de áreas estratégicas, de confiança e com a saída dele, preferiram também sair. “Fiz um excelente trabalho em termos de planejamento e execução”.

Aproveitar
No meio de tanta incoerência, para algumas pessoas, até incompreensão, o candidato Vital do Rêgo Filho (PMDB) pode surgir bem como opção para quem não concorda com essa miscelânea.

Caravana
Hoje, a caravana do trabalho, encabeçada por Ricardo, chega a Cajazeiras onde acontece o Encontro das Lideranças da região . Em Cajazeiras, RC será recebido pela prefeita Denise Oliveira e pelo ex-prefeito Carlos Antônio.

Preocupação
Castilho disse que agora vai se dedicar a campanha de Dilma, Rodrigo Soares e Lucélio Cartaxo. Sobre assumir uma nova pasta, ele disse: “ …não estou preocupado com isso agora”.

Novidade
O deputado estadual Raniery Paulino (PMDB) resolveu inovar. O comitê dele, na capital, é móvel. Basta ligar, pedir o material de campanha, que alguém vai levar.

Custo baixo
A ideia, segundo Raniery, foi da mulher dele. Não tem desperdício, nem gastos com aluguel de prédio e contratação de funcionários. Um carro adesivado é o comitê móvel.

Sem salto
Para Cássio não tem essa de salto alto. Foi o que confidenciou um de seus assessores. O candidato tucano tem cortado qualquer tipo de clima de “já ganhou” na sua equipe.

Sem licença 
Cássio tem dividido os compromissos de campanha com as sessões deliberativas no Senado. Ele não pretende, por enquanto, licenciar-se dos compromissos parlamentares para se dedicar a campanha.

Prejuízo
A campanha começa com prejuízo para os deputados Caio Roberto e Wellington Roberto. Foram condenados a pagar R$ 5 mil, cada um, por propaganda eleitoral antecipada.

Extensão
A penalidade foi estendida ao Partido da República (PR) com a cassação de dois minutos e trinta segundos do tempo da propaganda gratuita na televisão.