A Petrobras é alvo de nova investigação por suspeita de corrupção. O Ministério Público do Rio de Janeiro ofereceu denúncia à 27ª Vara Criminal da Capital contra o ex-diretor Jorge Luiz Zelada, que, até 2012, respondeu pela área Internacional da empresa. A acusação é de que ele favoreceu a construtora Norberto Odebrecht em licitação para a prestação do serviço de desenvolvimento de um plano de ação de certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). O contratou foi fechado em R$ 825,66 milhões, em setembro de 2010.
Além de Zelada, a denúncia envolve o diretor de Contratos da Odebrecht, Marco Antonio Duran, e outras sete pessoas, das quais seis funcionários e ex-funcionários da estatal. Foram denunciados: Aluísio Teles Ferreira Filho (engenheiro da Petrobras), Venâncio Pessoa Igrejas Lopes Filho (advogado da Petrobras), Alexandre Penna Rodrigues (engenheiro da Petrobras), Ulisses Sobral Calile (técnico de inspeção de equipamentos transferido da Transpetro para a Petrobras exclusivamente para tomar parte na licitação), Sócrates José Fernandes Marques da Silva (engenheiro da Petrobras), João Augusto Rezende Henriques (ex-empregado da Petrobras) e Rodrigo Zambrotti Pinaud, cuja função não foi informada pelo MPRJ.
Se condenados, eles poderão pegar até quatro anos de prisão. Além disso, o Ministério Público pediu a perda dos empregos públicos e pagamento de multa de 2% sobre o valor do contrato licitado, o que representa cerca de R$ 16 milhões.
A denúncia tomou como base relatório de auditoria interna promovida pela própria Petrobras, informou o Ministério Público em nota oficial. Além de enviado à Justiça, o caso foi encaminhado também ao Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (NCCLD) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, para que seja instaurado inquérito por fraude. A denúncia fará parte de investigação que inclui outras suspeitas de corrupção. A Petrobras é alvo de denúncia também pelas condições de venda da refinaria de San Lorenzo e da distribuidora de energia Edesur, ambas argentinas; pela aquisição do bloco 2714 – A, na Namíbia; e pela contratação da empresa Vantage Deepwater Company.
Estadão