POLÍTICOS PRECISAM MENTIR MENOS

POR PAULO SANTOS

MENTIROSO

Já está em tempo dos candidatos ao Governo da Paraíba colocarem um ponto final na superficialidade com que abordam os problemas do Estado e apontam possíveis “soluções” para sairmos desse atoleiro de desenvolvimento em que a “pequenina e heroica” se revolve há décadas.
Nesses primeiros passos de campanha política observa-se, desde já, algumas questões cruciais: os candidatos não dizem o que realmente pensam a respeito dos vários temas de interesse público; deixam suas “propostas” a cargo de assessores de comunicação; e tratam apenas dos seus conchavos e acordos eleitoreiros.

O eleitor paraibano – que não foge à regra dos demais concidadãos deste país – está cansado das promessas tão mirabolantes quanto mentirosas, feitas apenas com o intuito de angariar simpatias momentâneas e, passados alguns meses do pleito, os governantes lhes viram as costas e optam por tudo aquilo que não desejava.
Nos últimos tempos, então, isso tem virado lugar-comum na Paraíba. As diversas formas de comunicação dos candidatos com a sociedade têm sido usadas somente para veicular propagandas enganosas, promessas que se tornam engodos abissais e compromissos na maioria das vezes cumpridas inversamente.
Os políticos, principalmente os candidatos a cargos executivo, sabem melhor do que o eleitor que este é um tempo de esperança, em que a população – de Cabedelo a Cachoeira dos Índios – espera que respeitem o “bem comum” e que é provido pelos peasados e suados impostos pagos pelo povo.
O desrespeito tem feito escola. Se os ocupantes das principais cadeiras da administração estadual assumem compromissos “para inglês ver” os demais, em escalões inferiores, como os prefeitos, seguem fielmente a cartilha da mentira, do perdularismo, do nepotismo e da corrupção.
É hora de se mostrar a esses candidatos que não abusem da inteligência do eleitorado, que não divulguem promessas que estejam fora do alcance de suas capacidades ou que tenham fórculas de panaceias que curem todos os males do Estado. Isso aqui é um Estado da Federação brasileira e não a casa do Gepeto, inventor do Pinóquio.
Assuntos como saúde, educação, ytransporte, habitação, água e esgoto, irrigação e vários outros precisam ser abordados com um mínimo de seriedade. Ninguém espere o milagre de que a classe política pare de mentir da noite para o dia, mas que, pelo menos, minta menos ou quase nada.