Denominações de coligações revelam a proposta e o tom do discurso dos principais candidatos a governador

POR JOSIVAL PEREIRA

Os marqueteiros dos três principais candidatos ao governo do Estado escolheram a denominação das coligações que vão defender trazendo embutidas as propostas de discursos da campanha de cada um.
São bem diferenciadas as propostas de campanha e não está difícil de compreender.
O governador Ricardo Coutinho denominou sua coligação de “A força do trabalho”. Claro está que a ideia central será tentar puxar o debate para as realizações da gestão, comparando-as com as administrações anteriores, especialmente os seis anos do governo Cássio Cunha Lima.

O senador Cássio Cunha Lima, por sua vez, batizou sua coligação com o nome de “A vontade do povo”. A ideia é tentar canalizar o suposto desejo de mudanças da população, passando a impressão de que a candidatura de Cássio tem quase o caráter de arrastão popular.
Mesmo entrando de última hora, os marqueteiros do senador Vital do Rego Filho tiveram uma boa sacada para a denominação da sua coligação: “Renovação de verdade”. De uma só vez, a ideia é tentar recuperar o espaço da verdadeira oposição, com uma crítica embutida ao senador Cássio Cunha Lima, que até fevereiro era aliado do governador, e apresentar-se com o discurso da mudança ou da renovação.
Os motes de campanha parecem bem definidos, bastante concatenados, mas existem sérios problemas a serem vencidos pelos candidatos a seus marqueteiros. Quem pode se apresentar como força de renovação se uma é governo e as outras duas já estiveram no governo por muitos anos? Como se mostrar diferentes se todos já tiveram, algum dia, juntos e abraçados no mesmo palanque político e se elogiando? Que propostas vão dar corpo aos motes de campanha, já que não basta se dizer mais trabalhador, mais popular ou mais oposição?
Os slogans estão bem postos e oferecem um mundo de discurso aos candidatos. Todavia, a realidade praticamente desmente a todos. Eles, diretamente ou por seus partidos, governaram ou governam a Paraíba há e o Estado continua na maior desgraceira.

por Josival Pereira