Poema de– Augusto Guimaraens Cavalcanti
Uma bola enfrenta o limite “real” do chão
Balizas nascem do gol como telas contíguas a
qualquer escala do corpo humano,
rodeadas por eróticas redes
Pernas eloquentes tocam o lado escuro
dos mármores lunares
Esta é a caça recíproca dos deuses que mordem;
deuses publicitários de si próprios
Este é o arriscado balé dos lumes babilônicos,
das luas improváveis de mármore
O Olímpio trágico de um Maracanã é o nosso laboratório ancestral
Somos todos filhos do dilúvio
Rola a esfera na terra sintética do espetáculo;
órbita em permanente assunção
ao rés do chão
Augusto Guimaraens Cavalcanti é poeta e romancista.
Do Blog do Noblat