Ívyna Souto
A semana começa com o caos anunciado, os motoristas e cobradores do transporte coletivo de João Pessoa realmente entraram em greve. A paralisação foi votada, decidida e divulgada há dias, mas muitas pessoas preferiram não acreditar que aconteceria.
O ineditismo da manifestação choca os usuários de ônibus da cidade e o empresariado, mas só mexe de verdade com quem precisa. O presidente do sindicato que representa a categoria, Antônio de Pádua, disse meses atrás que não havia qualquer possibilidade dos paraibanos aderirem a movimento grevista, mas destacou que a tarifa cobrada nos ônibus está defasada e a categoria iniciaria a negociação para reajuste salarial no mês de junho sem saber como os empresários pagariam mais aos funcionários com a mesma receita.
Vale lembrar que os R$ 2,20 cobrados hoje são fruto das manifestações populares do ano passado, quando os gestores decidiram reduzir as passagens e manter os valores cobrados em 2012.
O estranhamento foi imediato quando soube da informação e Pádua não dava explicações sobre a situação e as informações eram de que motoristas e cobradores pedem reajuste salarial de 14%, plano de saúde pago pelas empresas e vale alimentação de R$ 500.
Na manhã desta segunda-feira, 07, várias pessoas aguardam o transporte para se deslocarem ao trabalho e nem os 30% do serviço essencial garantidos em lei estão sendo cumpridos. A cidade não produzirá, funcionários não chegarão aos seus empregos na hora certa, o movimento no comércio não será normal e todos perdem, mas vale raciocinar um pouco mais acerca das motivações.
Várias teorias se apresentam neste momento e uma delas dá conta que a greve estaria ajudando os empresários na reivindicação pelo aumento das tarifas porque só terão condições de atender os pleitos dos condutores e cobradores quando houver reajuste das passagens, uma coisa puxa a outra. Veremos!